“Queremos manter uma posição de continuar com a janela de diálogo aberta com Moscovo sobre os principais desafios, desarmamento, mudanças climáticas”, afirmou o chefe da diplomacia alemã, Heiko Maas, em declarações à estação de rádio Deutsche Welle.

No entanto, Maas escusou-se a “comentar ou avaliar” a palavra “assassino” que o Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, admitiu para definir o seu homólogo russo, Vladimir Putin.

Quarta-feira, numa entrevista televisiva, Biden foi questionado sobre se considerava Putin “um assassino” e respondeu afirmativamente — “sim, acho que sim”.

O Presidente dos Estados Unidos preveniu ainda o seu homologo russo de que “pagará as consequências”, se ficar provado que interferiu nas eleições norte-americanas, isto depois de um relatório dos serviços de informações norte-americanos revelar que Putin deu instruções para prejudicar Biden na sua candidatura.

“Tivemos uma longa conversa, ele e eu. Conheço-o bem”, disse Biden, durante a entrevista televisiva onde se mostrou empenhado em demonstrar mais firmeza perante o Kremlin do que o seu antecessor, Donald Trump.

“No início da conversa eu disse-lhe: Eu conheço-o e o senhor conhece-me. Mas, se eu chegar à conclusão de que fez isso, prepare-se”, relatou Biden.

O Presidente russo reagiu hoje afirmando que os comentários do seu homologo norte-americano sobre si refletem problemas do passado e do presente nos Estados Unidos.

Vladimir Putin foi questionado sobre os comentários de Biden durante uma videochamada com habitantes da Crimeia para marcar o aniversário da anexação deste território, reivindicado pela Ucrânia, em 2014.

O Presidente russo afirmou que as observações do seu homólogo norte-americano refletem o passado conturbado dos Estados Unidos, garantindo que a Rússia continuará a cooperar com os Estados Unidos nas questões que foram do interesse de Moscovo.

A Rússia anunciou na quarta-feira ter chamado o seu embaixador em Washington ao Kremlin para consultas.

Antes, o Kremlin, através do porta-voz Dmitri Perkov, acusou Biden de não querer melhorar as relações de Washington, considerando que as declarações do Presidente dos Estados Unidos “são muito más”.

As declarações e posições norte-americanas surgem na sequência dos documentos secretos que foram desclassificados e que, segundo os Estados Unidos, indicam que Putin autorizou ações de influência para ajudar Donald Trump nas eleições presidenciais de 2020, nos Estados Unidos.

“[Putin] vai pagar o preço”, disse ainda Joe Biden na mesma entrevista sobre os documentos desclassificados pelos serviços secretos.