“Voltamos a exigir às autoridades russas a libertação imediata de Alexei Navalny. A sua condenação ocorreu de forma arbitrária e manifestamente desproporcionada”, afirmou, em comunicado, a responsável do Governo alemão para os direitos humanos, estrutura integrada no Ministério dos Negócios Estrangeiros, Luise Amtsberg.

Recordou que tal foi determinado pelo Tribunal Europeu dos Direitos do Homem, que em 17 de fevereiro de 2021 exigiu como medida cautelar a libertação imediata de Navalny, e que “portanto, a sua detenção é uma violação das obrigações da Rússia enquanto membro do Conselho da Europa”.

“Não é compreensível que a organização anticorrupção de Alexei Navalny tenha sido rotulada como extremista e que os seus colaboradores estejam a ser processados criminalmente enquanto não houver uma investigação substancial” em relação ao ataque a que foi sujeito, afirmou Luise Amtsberg.

O aniversário da detenção do líder da oposição coincide com a viagem da ministra dos Negócios Estrangeiros da Alemanha, Annalena Baerbock, à Ucrânia e à Rússia, onde vai reunir-se com o seu homólogo, na primeira deslocação desde que assumiu o cargo.

A ministra reiterou a vontade da Alemanha de dialogar e de manter relações estáveis com a Rússia, mas também de reagir se Moscovo optar pelo caminho da escalada de tensão.

Estas declarações referem-se principalmente à concentração nos últimos meses das tropas russas perto da fronteira ucraniana e aos consequentes apelos da Alemanha para que Moscovo não viole a integridade territorial e a soberania da Ucrânia.

Navalny esteve em Berlim durante meses, transferido de um hospital na cidade siberiana de Omsk, para ser tratado por envenenamento com um agente neurotóxico. Em janeiro de 2021 regressou à Rússia, onde foi detido assim que aterrou.