O responsável falava no final de uma visita à Califórnia integrada na missão Alentejo Global Invest, que foi liderada pela Associação de Desenvolvimento Regional do Alentejo (ADRAL) com o objetivo de promover as atividades portuárias de Sines e captar investimento na área agroalimentar da região.

"A missão tem ambição e revela um posicionamento da região com uma orientação para os mercados internacionais, apostando na valorização dos seus ativos", declarou o executivo. "Há um grau de confiança na região que a leva a tentar fazer esta afirmação perante os maiores dos setores", tanto nas operações portuárias como no agroalimentar.

A expetativa é que haja um retorno de investidores, tendo sido discutida a preparação de uma missão inversa que levará entidades e empresas a visitar o Alentejo, no sentido de concretizar investimentos.

Foi isso que aconteceu após a missão à China, com acordos de exportação de carne de porco no valor de 300 milhões de euros entre 2019 e 2020, e já existe a ambição de conduzir visitas semelhantes de promoção ao Brasil, disse.

"A nossa aposta é todos em conjunto contribuir de forma concreta para ajudar a que estes investimentos venham consolidar esta nova visão e o esforço que tem sido feito para dotar a região destas infraestruturas", disse o responsável, considerando que existe um "novo Alentejo" e que a imagem de paisagem estática que foi interiorizada "não corresponde ao Alentejo dos dias de hoje".

De acordo com Roberto Grilo, que acompanhou partes das duas componentes da missão, o Alentejo exportou 3 mil milhões de euros em 2017 e superou os 3,5 mil milhões em 2018, com foco nos mercados intracomunitários de Espanha, França e Alemanha.

"Mas temos fatores que não têm sido relevados, tal como a posição geoestratégica do porto de Sines", afirmou. "A ambição é atrair investidores, dar a conhecer a vantagem de um porto com a capacidade de crescimento que tem e a vantagem de fazer a conexão com o continente americano e ser porta atlântica de entrada na Europa".

Na vertente agroalimentar, Roberto Grilo salientou que o Alentejo tem inclusive a capacidade de "exportar boas práticas" nas atividades de cultivo, rega e produtividade, fazendo "tão bem" como a Califórnia e nalguns casos até de forma diferenciada.

A missão permitiu perceber que o Alentejo tem "condições vantajosas para atrair investimentos para o território, garantindo competitividade à escala global".

No entanto, "a região ainda não tem a visibilidade que se pretende num continente como o americano", disse o presidente da CCDRA, considerando que há um défice de marketing que estas missões ajudam a resolver.