Em documentos apresentados ao tribunal, a defesa de Salmond argumentou que, segundo ele, três das mulheres que o acusaram tinham consentido as tentativas de beijos ou festas nos cabelos.

Outras acusações, como a introdução da mão debaixo da roupa íntima de outra mulher para tocar no peito ou repetidos beijos no pescoço, na então residência oficial em Bute House, em maio de 2014, não ocorreram porque ele estava noutro lugar.

Alex Salmond, de 65 anos, vai ser julgado por um total de 14 acusações de assédio sexual, incluindo duas tentativas de violação, dez ataques sexuais e dois atentados ao pudor alegadamente cometidos entre junho de 2008 e novembro de 2014 na residência oficial, no Parlamento escocês, num restaurante em Glasgow e numa discoteca de Edimburgo.

Chefe do governo escocês entre 2007 até ao referendo de independência de 2014, quando se demitiu após a vitória do "não" por 55%, Salmond declarou-se inocente numa audiência preliminar em novembro e prometeu defender-se "vigorosamente".

Hoje, chegou ao tribunal vestido com um casaco escuro e não fez declarações.

Após a nomeação dos 15 membros do júri, nove mulheres e seis homens, o julgamento passou imediatamente à audição do testemunho de uma das alegadas vítimas, uma ex-colaboradora do governo escocês, tendo a sua identidade sido protegida.

Poucos meses antes da acusação, em agosto de 2018, o ex-político desfiliou-se do Partido Nacionalista Escocês (SNP, na sigla em inglês), para não prejudicar o SNP, que se mantém no poder e à frente do qual esteve durante mais de 20 anos, desde 1990, com um interregno entre 2000 e 2004.

Em 2011, conduziu o SNP a uma maioria absoluta no Parlamento escocês de Holyrood, o que ajudou a convencer o então primeiro-ministro britânico, David Cameron, a aceitar realizar um referendo.

Ex-funcionário público e economista do Banco da Escócia, casado com uma mulher 17 anos mais velha, Alex Salmond aceitou um convite para apresentar um programa de televisão no canal russo Russia Today em 2017, no qual o primeiro convidado foi o antigo presidente da Catalunha Carles Puigdemont, após este ter fugido para Bruxelas.

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