Esta a segunda-feira, num direto na rede social Instagram, que a congressista democrata Alexandria Ocasio-Cortez, falou sobre ser uma sobrevivente, enquanto relatava a sua experiência e trauma na sequência da invasão ao Capitólio, decorrida no dia 6 de janeiro.
No vídeo, manifestou também a sua frustração por lhe pedirem para "seguir em frente" após o ataque, comparando-o com as "tácticas de abusadores".
"A razão porque digo isto e pela qual estou a ficar emocionada neste momento é porque estas pessoas que nos dizem para seguir em frente, que não é nada de mais, que devemos esquecer o que aconteceu, ou mesmo dizer-nos para pedirmos desculpa. Estas são as mesmas tácticas dos abusadores. E sou uma sobrevivente da agressão sexual", afirmou, sem partilhar pormenores sobre a agressão ou quando terá ocorrido.
A congressista disse depois não ter partilhado esta informação com muitas pessoas na sua vida, mas explicou que "quando passamos por traumas, os traumas agravam-se uns aos outros".
Durante o direto de Instagram, que durou mais de uma hora, Ocasio-Cortez contou como se escondeu numa casa de banho no seu escritório quando começaram a invadir o Capitólio, enquanto ouvia bater nas portas e um homem a gritar: "Onde está ela? Onde é que ela está?".
A democrata explicou que pensava que o homem era um dos invasores, mas afinal tratava-se de um agente da Polícia do Capitólio.
O incidente deu-se depois de ter regressado da toma da vacina contra a covid-19. Inicialmente, escondeu-se na casa de banho do escritório antes de tentar atravessar a sala para dentro de um armário.
"Pensei que ia morrer", confessou.
Por fim, decidiu ficar na casa de banho por achar que era demasiado tarde para tentar mudar de local.
"Percebi imediatamente que não devia ter ido à casa de banho. Deveria ter ido ao armário", afirmou. "Depois ouvi que quem quer que estivesse a tentar entrar, tinha entrado no meu escritório. Percebi que era tarde demais".
"Este foi o momento em que eu pensei que tudo tinha acabado".
Eventualmente, uma funcionária acabou por avisá-la de que era seguro sair da casa de banho e foi aí que percebeu que o homem que tinha estado no seu gabinete era um agente da Polícia do Capitólio.
A democrata condenou fortemente Donald Trump por incitar os tumultos, bem como os membros da sua administração que não invocaram a 25.ª emenda para o retirar do cargo, e os legisladores que votaram para anular os resultados eleitorais.
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