Navalny encontra-se atualmente na Alemanha, para onde foi enviado após ter entrado subitamente em estado de coma e laboratórios ocidentais concluíram que terá sido envenenado por um agente neurotóxico produzido na antiga União soviética.

Segundo o portal na Internet dos tribunais de Moscovo, uma reclamação solicita a “anulação de prisão com liberdade condicional” dirigida a Navalny devido ao “não respeito das obrigações impostas” após “não ter reparado uma ofensa ou ter cometido uma nova infração”.

O portal precisa que este pedido foi registado na segunda-feira.

Na rede social Twitter, Navalny afirmou hoje que a reclamação foi emitida pelos serviços penitenciários (FSIN) por uma condenação referente a dezembro de 2014.

“Putin está tão furioso de ver que sobrevivi ao meu envenenamento, que pediu aos serviços penitenciários para recorrerem à justiça e transformar a minha liberdade condicional em prisão efetiva”, comentou o opositor, 44 anos, numa referência ao Presidente da Rússia, Vladimir Putin.

Navalny foi condenado a três anos e meio de prisão com liberdade condicional pelo desvio de 26 milhões de rublos de uma filial da empresa de cosmética francesa Yves Rocher.

Em novembro de 2014, a Yves Rocher referiu, por sua vez, não ter registado “qualquer prejuízo”.

Em outubro de 2017, o Tribunal Europeu dos Direitos Humanos (TEDH) considerou que Alexei Navalny e o seu irmão, condenado a prisão efetiva, tinham sido impedidos do direito a um julgamento justo.

No final de dezembro, o FSIN afirmou que Navalny não tinha respeitado as condições da liberdade condicional por não regressar à Rússia após a convalescença.

Após sair do coma, Alexei Navalny acusou Putin de ter ordenado a sua morte. O Kremlin rejeitou as acusações, ao afirmar designadamente que poderá ter sido vítima de uma má alimentação, ou de se ter envenenado a si próprio.

“O que irão ainda imaginar para impedir que Navalny regresse à Rússia?”, questionou hoje a sua porta-voz, Kira Iarmych.

Os investigadores russos desencadearam no final de dezembro novas investigações por “fraudes” contra esta opositora, já visada noutros processos, e que poderão implicar uma pena até 10 anos de prisão.