Lula, de 74 anos, entrou com a camisa 13 - do "Doutor Sócrates", em homenagem à lenda do futebol brasileiro - no campo da Escola Nacional Florestan Fernandes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), organizador do evento, no município de Guararemo, estado de São Paulo.

Vestida de cinzento, a equipa "Amigos de Chico e Lula" enfrentou os "Amigos do MST", de vermelho e branco. Antes do apito inicial, o cantor e compositor Chico Buarque, um ativo defensor do ex-presidente, brincou, pedindo à defesa do MST para "deixar Lula Livre". Em seguida, Lula estendeu o pedido ao guarda-redes. "Preciso fazer um golo", afirmou o ex-presidente, que marcou mesmo o primeiro golo de sua equipa por penalti e empatou o placar em 1-1 nos primeiros dez minutos de jogo.

"O guarda-redes nem se mexeu", brincou o narrador, após a cobrança.

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Lula deixou o campo aos 16 minutos e viu a restante partida da bancada. A sua equipa ganhou por 2-1, com golol de Chico Buarque, contra os "Amigos do MST".

No equipa de Lula, estavam também o ex-prefeito (presidente de câmara) de São Paulo e ex-candidato à Presidência Fernando Haddad e o ex-ministro das Relações Exteriores Celso Amorim.

João Pedro Stédile, dirigente nacional do MST, liderou a equipa dos "Amigos do MST", que também juntou mulheres.

"Vim para prestigiar Chico e Lula, agora em liberdade", disse Vânia de Oliveira, de 39 anos, sentada numa das duas arquibancadas instaladas em redor do campo. Cartazes com o rosto do ex-presidente e com o slogan "Lula Livre" dominavam o recinto.

Outros fãs gritavam "Chico, Chico, Chico" e, com livros do também escritor nas mãos, tentavam chamar sua atenção em busca de um autógrafo.

Lula dedicou os últimos minutos do encontro a percorrer as arquibancadas, distribuindo abraços, beijos, autógrafos e tirando fotos com os militantes.