Apesar de não estar presente na Assembleia da República, o partido liderado pelo antigo primeiro-ministro Pedro Santana Lopes, que tem tecido duras e sucessivas críticas ao Governo liderado pelo socialista António Costa, “votaria a favor da censura ao Governo”, lê-se numa nota divulgada hoje.
Na nota, o diretor executivo da Aliança, Luís Cirilo, refere que o partido fá-lo-ia pelas “razões que têm sido abundantemente expostas, nomeadamente no recente Congresso Nacional”, que decorreu em Évora no último fim de semana.
Recordando que BE e PCP já anunciaram que iriam rejeitar a moção de censura que será apreciada na quarta-feira, a Aliança considera ser “mais uma vez nítida a premência de um entendimento para se formar uma alternativa democrática e patriótica que traga estabilidade, confiança e crescimento a Portugal”.
A moção de censura ao Governo, hoje anunciada pela líder do CDS, Assunção Cristas, vai ser discutida no parlamento na quarta-feira, disse à Lusa fonte da direção da bancada centrista.
A marcação da data, que obrigou ao reagendamento dos trabalhos da próxima semana na Assembleia da República, foi acordada pelos grupos parlamentares.
A proposta do CDS-PP foi entregue hoje no parlamento e, segundo o regimento da Assembleia da República, o debate “inicia-se no terceiro dia parlamentar subsequente à apresentação da moção de censura”, no caso, na quarta-feira.
Esta será a segunda moção de censura ao Governo minoritário do PS, chefiado por António Costa, ambas apresentadas pelo CDS-PP, e será a 30.ª em 45 anos de democracia, após o 25 de Abril de 1974.
A última a ser discutida no parlamento foi também apresentada pelos democratas-cristãos em 24 de outubro de 2017, centrada nas falhas do Estado no combate aos grandes incêndios desse ano. Foi rejeitada com 122 votos contra, do PS, PCP, BE, PEV e do deputado do PAN, e 105 votos favoráveis, do CDS-PP e do PSD.
Para ser aprovada, o que implica a queda do Governo, a moção tem que obter 116 votos. PS e os outros partidos de esquerda (PCP, BE e PEV) têm maioria na Assembleia da República.
A presidente do CDS-PP justificou a moção de censura com “o esgotamento” do Governo, “incapaz de encontrar soluções” para o país e de só estar a pensar “nas próximas eleições”.
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