A iniciativa pretende "dar oportunidade aos portugueses, nomeadamente à população que, em caso de acidente, seria a mais atingida", de afirmar "a sua vontade de que a central nuclear de Almaraz seja encerrada, subscrevendo um apelo nesse sentido", explica uma informação hoje divulgada pelo PEV.
A campanha vai decorrer na quinta-feira nos distritos de Castelo Branco, Portalegre, Santarém, Lisboa e Setúbal (Almada), quando é lançada a recolha de assinaturas.
Os portugueses são chamados a assinar dois documentos em forma de postal, um deles endereçado ao primeiro-ministro português, António Costa, e o outro ao presidente do Governo de Espanha, Mariano Rajoy, a apelar ao encerramento da central.
"Considero que a central nuclear de Almaraz é um perigo à nossa porta e uma ameaça para a nossa segurança. Apelo ao Governo a agir, por todos os meios políticos e diplomáticos, para o seu rápido encerramento. A nossa segurança e a preservação dos nossos recursos para as gerações vindouras assim o exigem", refere o apelo a António Costa.
A mensagem do postal a enviar para Madrid é ligeiramente diferente: "Considero que o Governo espanhol, em respeito pelo legítimo direito à segurança do povo português e pela preservação dos nossos recursos para as gerações vindouras, deve iniciar o mais rapidamente possível o encerramento da central nuclear de Almaraz. A cooperação e boa vizinhança entre os nossos povos assim o exigem".
A construção de um armazém de resíduos nucleares na central de Almaraz, a 100 quilómetros da fronteira portuguesa, e a falta de informação sobre o projeto levou Portugal a apresentar uma queixa na Comissão Europeia, depois retirada, com a promessa de Espanha fornecer os dados pedidos, nos próximos dois meses.
Se os resultados deste trabalho forem "inconclusivos", Portugal poderá voltar a apresentar queixa na Comissão Europeia.
Na semana passada, 16 técnicos de Portugal, três dos quais de entidades independentes e os restantes da administração pública, nomeadamente da Agência Portuguesa do Ambiente (APA) e da Direção Geral da Saúde, visitaram a central de Almaraz e estão a preparar um relatório sobre a instalação.
Vários setores da sociedade, como ambientalistas e partidos políticos, receiam que a construção do armazém signifique que Espanha se prepara para autorizar o prolongamento do funcionamento da central nuclear além dos 40 anos, quando deveria terminar em 2020.
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