“É difícil prever um cenário em que os operadores não reajam [caso a compra se concretize] e a única forma de combater diretamente é fazer o mesmo com outro operador de televisão privada”, apontou o presidente da NOS, Miguel Almeida, falando na comissão parlamentar de Economia, Inovação e Obras Públicas.
Numa audição no âmbito de um requerimento do Bloco de Esquerda (BE) sobre o processo de compra da Media Capital pela Altice Portugal, o responsável referiu que, “se houver outro operador que faça isso, [essa segunda operação] vai ter de ser aprovada porque esta também foi, e aí os problemas serão multiplicados”.
Como exemplo, precisou que “um grupo que venha a adquirir a SIC, só irá permitir que os clientes tivessem acesso à SIC”.
Existe, assim, um “risco grande de duopólio”, situação que irá “pôr em risco a concorrência e levará a um aumento de preços” para os consumidores, destacou Miguel Almeida, falando numa “realidade muito estranha e perigosa”.
O presidente da NOS disse ainda que esta operadora quer travar a compra, não só para preservar os seus interesses económicos, mas também pela sua “responsabilidade social”.
“Poucas pessoas entenderão tão bem como a NOS o que está por detrás [do negócio] e qual é a estratégia da Altice. Penso que estamos numa posição para perceber onde isto vai dar”, argumentou.
A Altice, que comprou em junho de 2015 a PT Portugal por cerca de sete mil milhões de euros, anunciou em julho passado que tinha chegado a acordo com a espanhola Prisa para a compra da Media Capital, dona da TVI, entre outros meios, por 440 milhões de euros.
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