“Ficou decidido em assembleia magna que o referendo não irá ser realizado”, disse à agência Lusa a presidente da Associação Académica da Universidade de Évora (AAUE), Ana Rita Silva.
Segundo a presidente da associação académica, na assembleia magna, que começou por volta das 22:00 de terça-feira e terminou cerca das 02:00 de hoje, foram registados “124 votos contra o referendo e 117 a favor do mesmo”.
A proposta de realização do referendo sobre a continuidade da garraiada na Queima das Fitas foi o último assunto abordado na reunião, durante “cerca de duas horas”, explicou Ana Rita Silva.
“Foram apresentados vários argumentos dos dois lados” relativamente ao referendo, limitou-se a indicar a presidente da AAUE, realçando que a assembleia magna, realizada no Colégio do Espírito Santo, contou com “casa cheia”, ao contrário do que é habitual.
Ana Rita Silva referiu que “o ideal seria sempre” ter nestas reuniões “os sete ou oito mil estudantes” da universidade, mas, normalmente, nos últimos anos, “com exceção de uma, todas as outras assembleias magnas têm tido à volta de 20 pessoas presentes”.
“Se as pessoas acham que a garraiada é importante, também devem achar todos os outros assuntos importantes porque qualquer um deles tem a ver com os estudantes, por isso, devem vir aqui e fazer os seus votos contra ou a favor”, incentivou.
A garraiada vai manter-se no programa da Queima das Fitas em Évora, que vai ter lugar este ano de 25 de maio a 02 de junho (espetáculo tauromáquico ainda não tem data), e a AAUE vai tentar dinamizá-la.
“Os núcleos de Ciência e Tecnologia Animal e de Agronomia voluntariaram-se para contribuírem para a organização, juntamente com a AAUE, e dividirem, se necessário, algumas das despesas”, disse a responsável, acrescentando que a AAUE vai procurar ainda “apoios ou parceiros” para realizar o espetáculo.
A atual direção da associação académica decidiu incluir a realização do referendo sobre a garraiada na ordem de trabalhos desta assembleia magna para lançar a discussão sobre o assunto, aproveitando o referendo realizado sobre este tema na Universidade de Coimbra, a 13 de março.
No referendo, os alunos da Universidade de Coimbra decidiram acabar com a garraiada na Queima das Fitas. À pergunta "Deve o evento garraiada continuar no programa oficial da Queima das Fitas?", 70,7% dos estudantes que participaram no referendo responderam "Não" e 26,7% "Sim".
O Conselho de Veteranos daquela academia decidiu que a garraiada permaneceria na Queima das Fitas, indo assim contra o resultado do referendo, mas a decisão foi considerada nula.
Já esta segunda-feira, o Conselho de Veteranos aprovou, em reunião, a decisão de acabar com a garraiada na Queima das Fitas.
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