Na carta, a Zero - Associação Sistema Terrestre Sustentável lembra que a floresta da Amazónia é fundamental porque “tem a maior biodiversidade do planeta (aloja 10% do número de espécies conhecidas), assegura 20% da água doce disponível, produz 20% do total de oxigénio para a atmosfera terrestre e suporta diretamente a vida de 30 milhões de pessoas”.

A missiva entregue a Luiz Alberto Figueiredo Machado apela também para que o Brasil se mantenha comprometido com o Acordo de Paris no âmbito da Convenção das Nações Unidas para as Alterações Climáticas.

“Cada hectare ardido na floresta Amazónica é um hectare a menos que deixa de retirar carbono da atmosfera, mas são também mais emissões de carbono que têm lugar, para além de outros poluentes que aliás têm prejudicado a qualidade do ar em áreas muito extensas”, afirma a associação.

Os serviços do ecossistema proporcionados pela Amazónia, desde a floresta ao clima, à regulação do funcionamento do sistema terrestre, representam para o Brasil, de acordo com estudos científicos publicados no ano passado, 7,4 mil milhões de euros de benefícios por ano, refere a Zero.

No início do mês, o governo do Amazonas decretou situação de emergência no sul do estado e na Região Metropolitana de Manaus devido ao "impacto negativo da desflorestação ilegal e queimadas não autorizadas".

"O Amazonas registou, de janeiro a julho deste ano, 1.699 focos de calor (focos com temperatura acima de 47°C, registados por satélite, que indicam a possibilidade de fogo).

Destes, 80% foram registados julho, mês em que teve início o período de estiagem", declarou o estado do Amazonas no seu 'site'.

A Amazónia é a maior floresta tropical do mundo e possui a maior biodiversidade registada numa área do planeta.

Tem cerca de 5,5 milhões de quilómetros quadrados e inclui territórios do Brasil, Peru, Colômbia, Venezuela, Equador, Bolívia, Guiana, Suriname e Guiana Francesa (pertencente à França).

Especialistas advertem que os incêndios quebram o ciclo natural da água e das chuvas, ameaçando os rios tanto da bacia amazónica quanto da bacia do Rio da Prata que divide Argentina e Uruguai.