Américo Aguiar, até agora bispo auxiliar de Lisboa, recebeu o anel e barrete cardinalícios, assim como a bula de criação, tendo-lhe sido atribuído o título da Igreja de Santo António de Pádua na Via Merulana, em Roma.
Foram titulares desta Igreja o cardeal-patriarca de Lisboa António Ribeiro (1928-1998) e o cardeal brasileiro Claudio Hummes (1934-2022), que inspirou o Papa a escolher o nome de Francisco, ao dizer-lhe “não te esqueças dos pobres”.
Este é o nono consistório para a criação de cardeais de Francisco, cujo pontificado começou em março de 2013, após a resignação do Papa Bento XVI (1927-2022).
Quando o líder da Igreja Católica pronunciou o nome do novo cardeal português, ouviram-se palmas.
Com 49 anos, Américo Aguiar passa a integrar o Colégio Cardinalício, que tem por missão aconselhar o Papa, sendo o segundo cardeal mais jovem, depois do da Mongólia, o italiano Giorgio Marengo, missionário da Consolata.
Natural de Leça do Balio, Matosinhos, licenciado em Teologia e mestre em Ciências da Comunicação, o até agora bispo auxiliar de Lisboa foi ordenado sacerdote em 2001, sendo integrado na Diocese do Porto.
Nesta, desempenhou vários cargos, como pároco e vigário-geral. Foi também diretor do Secretariado Nacional das Comunicações Sociais da Conferência Episcopal Portuguesa e presidente da Irmandade dos Clérigos, antes de ingressar na Diocese de Lisboa.
Américo Aguiar, presidente da Fundação JMJ Lisboa 2023 e coordenador geral da organização da visita, em agosto último, do Papa a Portugal, foi um dos 21 novos cardeais (18 dos quais eleitores) anunciados por Francisco em 09 de julho.
O prelado junta-se ao patriarca emérito de Lisboa, Manuel Clemente, a António Marto, bispo emérito da Diocese de Leiria-Fátima, e a Tolentino Mendonça, prefeito do Dicastério para a Cultura e a Educação, como cardeais eleitores – e também podem ser eleitos por terem menos de 80 anos – num futuro conclave para escolher o sucessor do Papa Francisco, de 86 anos.
No Colégio Cardinalício estão mais dois portugueses que, por terem mais de 80 anos, não participam num futuro conclave: Saraiva Martins, que foi prefeito da Congregação para as Causas dos Santos, e Monteiro de Castro, que teve uma vasta experiência diplomática ao serviço do Vaticano.
Portugal teve um Papa, João XXI, cujo pontificado começou em setembro de 1276 e terminou em maio de 1277. Morreu na sequência de um acidente na Catedral de Viterbo, Itália, cujas obras acompanhava, e onde ficou sepultado.
Natural de Lisboa, Pedro Julião ou Pedro Hispano era designado no seu tempo como filósofo, teólogo, cientista e médico.
Costa deseja “maiores felicidades”
O primeiro-ministro, António Costa, desejou hoje as “maiores felicidades” ao bispo Américo Aguiar, que se torna hoje no 47.º cardeal português, considerando que é um “sinal do reconhecimento do seu mérito e trabalho”.
“No dia em que recebe do Papa Francisco as insígnias de Cardeal, desejo as maiores felicidades a D. Américo Aguiar. É um sinal do reconhecimento do seu mérito e trabalho”, lê-se numa mensagem na conta oficial do chefe do executivo português na rede social X (antigo Twitter).
Costa acrescenta que Américo Aguiar “vai para uma Diocese muito importante e exigente, Setúbal, onde seguramente também fará um excelente trabalho”.
O bispo Américo Aguiar torna-se hoje no 47.º cardeal português, no consistório ordinário público, o nono do Papa Francisco, a que vai presidir na Praça de São Pedro, no Vaticano.
Américo Aguiar, novo bispo de Setúbal, tem 49 anos.
Ordenado sacerdote em 2001, sendo integrado na Diocese do Porto, nesta desempenhou vários cargos, como pároco e vigário-geral. Foi também diretor do Secretariado Nacional das Comunicações Sociais da Conferência Episcopal Portuguesa e presidente da Irmandade dos Clérigos, antes de ingressar na Diocese de Lisboa, onde foi bispo auxiliar.
Hoje, além de Américo Aguiar, foram criados mais 17 cardeais eleitores.
Papa diz que diversidade é indispensável mas deve concorrer para resultado comum
O Papa Francisco disse hoje que o Colégio Cardinalício é chamado a assemelhar-se a uma orquestra sinfónica, onde a diversidade é indispensável, mas deve concorrer para um resultado comum.
“A diversidade é necessária, é indispensável, mas cada som deve concorrer para o resultado comum. E, para isso, é fundamental a escuta mútua, cada músico deve ouvir os outros”, afirmou Francisco, na Praça de São Pedro, na Cidade do Vaticano, durante o consistório de criação de novos cardeais, incluindo o português Américo Aguiar, futuro bispo da Diocese de Setúbal.
Recorrendo à imagem da orquestra, que “representa a dimensão sinfónica e a sinodalidade da Igreja”, o tema da Assembleia do Sínodo que começa na próxima quarta-feira, o líder da Igreja Católica sustentou que esta metáfora “pode muito bem iluminar o caráter sinodal da Igreja”.
“Uma sinfonia vive da sábia composição dos timbres dos diversos instrumentos, cada um dá o seu contributo, ora sozinho, ora combinado com outro, ora com todo o conjunto”, referiu.
Depois o Papa salientou que “se alguém [se] ouvisse apenas a si mesmo, por mais sublime que possa ser o seu som, não seria de proveito à sinfonia”, além de que “o mesmo aconteceria por parte da orquestra não ouvisse as outras, mas tocasse como se estivesse sozinha, como se fosse o todo”.
Quanto ao diretor da orquestra, “está ao serviço desta espécie de milagre que é sempre a execução de uma sinfonia”, pelo que “deve ouvir mais do que todos os outros”.
Segundo Francisco, “ao mesmo tempo, a sua tarefa é ajudar cada um e a orquestra inteira a desenvolver ao máximo a fidelidade criativa, a fidelidade à obra que se está a executar, mas criativa, capaz de dar uma alma àquela partitura, de fazê-la ressoar de forma única, aqui e agora”.
“Faz-nos bem espelhar-nos na imagem da orquestra, para aprendermos cada vez melhor a ser Igreja sinfónica e sinodal”, adiantou, propondo-a de modo particular aos membros do Colégio Cardinalício, aos quais pediu que sejam “evangelizados e evangelizadores, não funcionários”.
Na celebração, para a criação de 21 cardeais (18 dos quais eleitores num futuro conclave), o Papa referiu-se aos novos membros do Colégio Cardinalício que vieram de “diversas partes do mundo”, para sublinhar que “o mesmo Espírito que fecundou a evangelização dos vossos povos, agora renova em vós a vossa vocação e missão na Igreja e para a Igreja”.
Este é o nono consistório para a criação de cardeais de Francisco, cujo pontificado começou em março de 2013, após a resignação do Papa Bento XVI (1927-2022).
No seu pontificado, Francisco já nomeou outros três portugueses como cardeais: Manuel Clemente (patriarca emérito de Lisboa), António Marto (bispo emérito da Diocese de Leiria-Fátima) e Tolentino Mendonça (prefeito do Dicastério para a Cultura e a Educação).
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