“Américo Rodrigues assume, a partir da próxima quarta-feira, dia 13 de fevereiro, o cargo de Diretor Geral das Artes. Será nomeado em regime de substituição”, referiu a tutela num comunicado hoje divulgado.
Américo Rodrigues, que nasceu na Guarda em 1961, foi diretor do Teatro Municipal da Guarda (2005-2013) e coordenador da Biblioteca Municipal Eduardo Lourenço (2005-2018) naquele concelho.
O anúncio de hoje surgiu cerca de duas semanas depois de o Ministério da Cultura ter anunciado - e poucas horas depois anulado - a nomeação de Susana Graça como nova diretora-geral das Artes.
“Já depois de ter sido emitido esta tarde um comunicado a anunciar que Susana Graça seria a nova Diretora Geral das Artes a partir de 01 de fevereiro, a ministra da Cultura tomou conhecimento de que existe um processo judicial em curso, movido por Susana Graça contra o organismo que iria dirigir”, justificou na altura o ministério em comunicado.
Licenciado em Língua e Cultura Portuguesas pela Universidade da Beira Interior e Mestre em Ciências da Fala pela Universidade de Aveiro, Américo Rodrigues é poeta, ator, encenador, ‘performer’ na área da poesia sonora e programador cultural.
No início da carreira, foi animador e programador cultural na Casa de Cultura da Juventude da Guarda/FAOJ (1979-1989) e na Câmara Municipal da Guarda (1989-2005).
Além disso, é um dos fundadores do coletivo Aquilo Teatro, da Associação Luzlinar e da Associação Cultural/Teatro do CalaFrio. No campo das letras, coordenou os cadernos de poesia Aquilo (1982- 1997) e foi codiretor da revista Boca de Incêndio (2004-2006), entre outras publicações.
Em 2011, foi distinguido com a Medalha de Mérito Cultural, pelo contributo para o desenvolvimento cultural da região da Guarda.
O concurso público para o cargo de diretor-geral das Artes foi aberto a 31 de agosto do ano passado e encerrado a 14 de setembro, de acordo com dados disponíveis no 'site' da Comissão de Recrutamento e Seleção para a Administração Pública (Cresap).
De acordo com a ministra da Cultura, Graça Fonseca, uma das três pessoas propostas pelo júri era a atual diretora-geral, Sílvia Belo Câmara, que manifestou não querer continuar.
Por isso, “não estando reunidas as condições, ou seja [não havendo possibilidade de] o membro do Governo poder escolher, uma entre três” finalistas indicados pela Cresap, foi decidido que “o procedimento não devia subsistir”.
“Neste sentido, anula-se o concurso, que é o que diz lei”, disse, então, a ministra da Cultura.
Um novo concurso para diretor-geral das Artes deverá assim ser aberto pela Cresap, o terceiro desde 2016.
A Direção-Geral das Artes é o organismo do Ministério da Cultura responsável pela realização dos concursos de apoio público às artes e das representações oficiais de Portugal em certames artísticos internacionais como a Bienal de Veneza ou a Quadrienal de Praga.
De acordo com o Ministério da Cultura, a versão definitiva do modelo de apoio às artes será publicada este mês e as estruturas artísticas deverão ter resultados dos concursos antes do verão de 2019.
O modelo de apoio às artes foi reformulado no ano passado acolhendo as sugestões de alteração propostas por um grupo de trabalho com representantes dos agentes culturais.
Notícia atualizada às 13:04
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