“Pedro Nuno Santos sai, como sempre esteve no Governo: com seriedade, convicção e dignidade. E com ambição para o País. A tempo de revigorar o Partido Socialista, espero”, escreveu a socialista Ana Gomes na rede social Twitter.
Na campanha para as eleições presidenciais, em janeiro de 2021, Ana Gomes prometeu encorajar Pedro Nuno Santos a candidatar-se à liderança dos socialistas quando a sucessão de António Costa se colocasse.
Considerando que o apoio do agora ex-ministro à sua candidatura presidencial era “muito importante”, Ana Gomes acrescentou na altura: “Naturalmente que serei uma das pessoas que encorajarei Pedro Nuno Santos, quando um dia se abrir a liderança no PS, a avançar. Penso que precisamos de gente jovem, corajosa, com visão, conhecimento do tecido económico e social do país e com dinamismo".
A demissão de Pedro Nuno Santos foi conhecida na quarta-feira à noite, na sequência do caso da indemnização de meio milhão de euros recebida pela secretária de Estado Alexandra Reis quando saiu da TAP.
A saída do ministro das Infraestruturas do Governo aconteceu 24 horas depois de o ministro das Finanças, Fernando Medina, ter demitido a secretária de Estado do Tesouro, menos de um mês depois de Alexandra Reis ter tomado posse e após quatro dias de polémica com a indemnização de 500 mil euros paga pela TAP, tutelada por Pedro Nuno Santos.
“Face à perceção pública e ao sentimento coletivo gerados em torno” do caso da TAP, Pedro Nuno Santos decidiu “assumir a responsabilidade política e apresentar a sua demissão”, já aceite pelo primeiro-ministro António Costa, refere num comunicado divulgado na quarta-feira á noite pelo Ministério das Infraestruturas e da Habitação.
O comunicado adanta ainda que, “no seguimento das explicações dadas pela TAP, que levaram o ministro das Infraestruturas e da Habitação e o ministro das Finanças a enviar o processo à consideração da CMVM [Comissão do Mercado de Valores Mobiliários] e da IGF [Inspeção-Geral de Finanças], o secretário de Estado das Infraestruturas [Hugo Santos Mendes] entendeu, face às circunstâncias, apresentar a sua demissão”.
Alexandra Reis recebeu uma indemnização de meio milhão de euros por sair antecipadamente, em fevereiro, do cargo de administradora executiva da transportadora aérea, quando ainda tinha de cumprir funções durante dois anos e, em junho, foi nomeada pelo Governo para a presidência da Navegação Aérea de Portugal (NAV). Este mês foi escolhida para secretária de Estado do Tesouro.
A decisão de indemnizar Alexandra Reis foi criticada por toda a oposição e questionada até pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, ao dizer que “há quem pense” que seria “bonito” prescindir da verba.
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