No final de um debate online organizado pela Juventude Socialista do Porto, João Sá, membro do secretariado desta estrutura, quis deixar a nota de que também tinham sido convidados para conversas semelhantes os candidatos João Ferreira e Maria Matias, que não tinham sido possíveis por questões de agenda, o que levou Ana Gomes a deixar um repto a este eleitorado.
Em 10 de janeiro, a Comissão Nacional da JS decidiu recomendar aos seus militantes o apoio aos candidatos presidenciais "à esquerda", Ana Gomes, Marisa Matias ou João Ferreira, propondo que se envolvam nas respetivas campanhas. Já o PS decidiu em novembro não dar indicação de voto para as presidenciais do próximo domingo.
“Gostaria que tivessem sido mais ousados e mais explícitos, mas confio que cada um, cada jovem membro da JS, saberá usar do seu espírito critico, como bom socialista, para perceber que não basta fazer uma distinção entre esquerda e a direita, é preciso dentro da esquerda identificar quem é verdadeiramente socialista”, frisou a diplomata.
Tal como tem feito nos últimos dias, a militante do PS e antiga eurodeputada defendeu ser a única candidata que mantém vivos “os valores e princípios e valores os pais fundadores” do PS, referindo-se diretamente a Mário Soares e Salgado Zenha.
A candidata voltou hoje a ser questionado pelos jovens socialistas do Porto - à semelhança do que tinha acontecido na terça-feira num debate com a JS da Federação da Área Urbana de Lisboa - sobre o que a distinguia dos candidatos apoiados por BE e PCP, Marisa Matias e João Ferreira, respetivamente.
“Os dois são candidaturas de partido para marcar terreno”, respondeu.
Se em relação a Marisa Matias a crítica é sobretudo a de ter dado por certa a reeleição do atual Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, a diferença com João Ferreira estende-se também ao plano dos direitos humanos, apesar de salientar o “papel importante” do PCP em “puxar o PS para onde precisa de estar, mais à esquerda”.
“Mas o PCP é o PCP, há uma grande diferença em relação ao PS, desde logo em relação à questão fundamental da Europa (…) Quem é socialista não pode fingir que não vê”, apontou, dizendo não compreender como é que alguém “do partido de Mário Soares” pode votar em João Ferreira.
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