O pedido de renúncia foi feito ao início da tarde de hoje, através de uma carta enviada ao presidente da Câmara Municipal de Loures, Bernardino Soares (CDU), a que a agência Lusa teve acesso.
Na carta, o autarca, que se desfiliou recentemente do PSD e se encontra num processo de criação de uma nova força política, não explica os motivos para a renuncia, limitando-se a agradecer a toda a vereação pelo trabalho desenvolvido.
No entanto, em declarações à agência Lusa, André Ventura explicou que a sua renúncia ao mandato de vereador "tem a ver com questões de política nacional e não municipal".
"Fui eleito por um partido e estou no processo de lançamento de outro. Havendo discordâncias de fundo optei por renunciar ao mandato", justificou, ressalvando que apesar de ter a possibilidade de permanecer como vereador independente entendeu que tal "não fazia sentido".
André Ventura referiu, ainda, que “sai com muita tristeza”, uma vez que considera “haver muito trabalho para fazer” no concelho.
“Tenho a certeza de que a grande maioria das pessoas compreende as minhas razões e que os eleitores de Loures me perdoarão a saída, que é por um bem maior. É preciso abanar o decrépito sistema político português. Por isso, saio triste, mas de consciência tranquila porque sinto que estou a criar um grande projeto para os portugueses”, atestou.
Nesse sentido, o antigo militante social democrata referiu que o momento agora é para se focar na criação de o novo partido “Chega”, realçando uma grande adesão por parte de simpatizantes do PSD e do CDS-PP, que se reveem nas suas ideias.
“Nós, em tempo recorde, nunca visto na democracia, vamos ter as sete mil assinaturas necessárias e será constituído em breve. Como sabe, temos tido uma grande pressão sobre o Tribunal Constitucional para que inviabilize a formação do “Chega”, mas espero que não o faça porque seria um grande golpe na nossa democracia”, concluiu.
André Ventura foi o candidato escolhido pelo PSD para concorrer às eleições autárquicas de 2017 no município de Loures, no distrito de Lisboa, tendo alcançado 21,55% dos votos.
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