Em causa estão notícias avançadas, quarta-feira, um dia após o lançamento, por vários órgãos de comunicação social, que davam conta que a Rússia havia perdido contacto com o satélite angolano, um investimento do Estado angolano de 320 milhões de dólares (269,6 milhões de euros).
“As nossas equipas angolanas e russas que estão envolvidas no processo estão a trabalhar arduamente e é com alguma satisfação que anunciamos que o satélite voltou a estar em comunicação com a estação de Baikonur”, disse o secretário de Estado para as Tecnologias de Informação, Manuel Homem.
O governante angolano admitiu que houve sim “um problema de comunicação, que ocorreu durante o processo de abertura dos painéis em órbita”, mas “o que de facto interessava informar é que o Angosat está em órbita”.
“É importante que possamos perceber que o Angosat é um satélite, que, enquanto infraestrutura, vai para um ambiente novo e é normal que pudesse ocorrer alguma situação anormal de adaptação ao ambiente”, referiu.
De acordo com Manuel Homem, os técnicos continuam a trabalhar para identificar que razões levaram a essa interrupção das comunicações, apesar de que esta “é uma situação que se prevê não voltar a acontecer”, embora salvaguardando que “é sempre imprevisível”.
Manuel Homem considerou o processo crítico, numa altura em que os técnicos estão bastante empenhados, de maneira que se possa garantir que os serviços se restabeleçam, com a qualidade para o qual foi desenhado o Angosat.
Acrescentou que Angola tem um Centro de Controlo e Emissão de satélites e neste momento, a partir de Luanda, há contacto com o Angosat.
O secretário de Estado para as Tecnologias de Informação disse que a mesma informação oficial sobre o restabelecimento da comunicação oficial com o Angosat deverá ser igualmente divulgada pela agência espacial russa, Roscosmos, através do seu site de internet.
“É uma informação partilhada com as equipas técnicas e Angola está neste caso a anunciar aquilo que é a nossa parte enquanto responsabilidade do projeto”, disse.
O aparelho, construído por um consórcio estatal russo, foi lançado com recurso ao foguete ucraniano Zenit-3SLB, envolvendo ainda a Roscosmo, empresa espacial estatal da Rússia, e estava em período de teste até março, aproximadamente.
Na semana passada, o ministro das Telecomunicações e Tecnologias de Informação, José Carvalho da Rocha, disse que comercialmente 40 por cento da capacidade do satélite já estava reservado e que o Estado angolano estima a recuperação do investimento em pelo menos dois anos.
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