O chefe de Estado angolano discursava em Luanda, no palácio presidencial, após dar posse ao novo conselho de administração da Sodiam, empresa estatal criada em dezembro de 1999 com o exclusivo da venda dos diamantes produzidos em Angola.
“Acreditamos que os empossados são pessoas à altura para organizar a comercialização dos nossos diamantes, no sentido de melhor servir a nossa economia”, exortou João Lourenço.
A anterior administração da Sodiam, que tinha sido nomeada ainda este ano pelo anterior Presidente angolano, José Eduardo dos Santos, era liderada por Beatriz Jacinto de Sousa, e foi exonerada por João Lourenço na sexta-feira.
Em substituição, João Lourenço nomeou – e deu hoje posse – Eugénio Bravo da Rosa como presidente do conselho de administração daquela empresa diamantífera estatal e Fernando Teixeira da Fonseca Amaral para administrador, o mesmo cargo atribuído a José das Neves Gonçalves Silva (que já integrava o conselho de administração anterior).
Em declarações aos jornalistas, no final da cerimónia, Eugénio Bravo da Rosa assumiu o objetivo de “maximizar as receitas para o Estado” na gestão do Sodiam, bem como o cumprimento da orientação do chefe de Estado, que passa pela revisão no estatuto de “Clientes Preferenciais”, no negócio diamantífero angolano.
Estas mexidas na Sodiam juntam-se às decididas pelo chefe de Estado angolano na quarta-feira, tendo então exonerado Carlos Sumbula do cargo de presidente do conselho de administração da Empresa Nacional de Diamantes de Angola (Endiama), a segunda maior empresa nacional, naquelas funções desde 2009.
Para aquela empresa pública foi nomeado – e empossado já na sexta-feira pelo chefe de Estado – o economista José Manuel Ganga Júnior, que até 2015 foi diretor-geral da Sociedade Mineira de Catoca, responsável por 75% da produção diamantífera anual angolana.
Além de José Manuel Ganga Júnior, foram nomeados por decreto presidencial, para a concessionária estatal para o setor dos diamantes em Angola, que representa vendas anuais de mais de mil milhões de euros, Laureano Receado Paulo, Ana Maria Feijó Bartolomeu, Osvaldo Jorge Campos Van-Dúnem e Joaquim Filipe Luís, para os cargos de administradores executivos.
No dia 01 de novembro, João Lourenço, que tomou posse como terceiro Presidente de Angola a 26 de setembro último, mudou a administração da Empresa de Ferro de Angola (Ferrangol), concessionária estatal do setor mineiro do país.
Diamantino Pedro Azevedo foi exonerado do cargo de presidente do conselho de administração da Ferrangol (assumiu a pasta de ministro dos Recursos Mineiras e Petróleos), com João Lourenço a nomear para o seu lugar João Diniz dos Santos.
Ainda para aquela empresa pública foram nomeados, como administradores, Romeu Artur Ribeiro, Djanira Alexandra Monteiro dos Santos, Kayaya Kahala e Henriques Kiaku Simão.
Das grandes empresas públicas, apenas a Sociedade Nacional de Combustíveis de Angola (Sonangol), concessionária estatal do setor petrolífero, liderada desde junho de 2016 pela empresária Isabel dos Santos, filha do anterior chefe de Estado, José Eduardo dos Santos, não teve até agora qualquer mudança no conselho de administração feita por João Lourenço.
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