"Não há nenhum concelho no país que tenha um corpo de docentes selecionado, formado, numa instituição de ensino superior, com uma pós-graduação desenhada para dar resposta a este modelo pedagógico", garantiu à Lusa Ricardo Carvalhido.

A pós-graduação em Educação, Ciência e Património Local, financiada pela câmara e ministrada pela Escola Superior de Educação (ESE) do Instituto Politécnico de Viana do Castelo (IPVC), começou em novembro de 2018 e terminou em julho.

"Identificámos, juntamente com os diretores dos sete agrupamentos, quatro professores por agrupamento com base em características pessoais e no perfil académico e profissional. Estes docentes têm uma missão muito importante porque estão no epicentro deste modelo de flexibilização curricular", sustentou.

O "ano zero" daquela estratégia municipal, inserida na Agenda para a Inovação e na Agenda para a Ciência e o Conhecimento (quadriénio 2017-2020), resultou na "capacitação" dos docentes, agora distribuídos em grupos de quatro, e a integrar as sete equipas promotoras de flexibilidade curricular.

Com o arranque do ano novo letivo começaram a executar "sete projetos multidisciplinares, envolvendo 1.920 alunos do primeiro ciclo ao ensino secundário e 245 professores", dos agrupamentos de Santa Maria Maior, Monte da Ola, Monserrate, Pintor José de Brito, Arga e Lima, Barroselas e Abelheira.

"Como é o primeiro ano deste modelo pedagógico, os sete projetos foram propostos durante a pós-graduação, mas com o decorrer do ano letivo é expectável que o número venha a ultrapassar os 23 realizados no ano transato, ainda antes da criação das equipas promotoras", sublinhou.

Ricardo Carvalhido explicou que a estratégia municipal para a diferenciação e flexibilidade curricular "vem responder às orientações do Ministério da Educação, de garantia que todos os alunos adquirem os conhecimentos e desenvolvem as capacidades e atitudes que contribuam para alcançar as competências previstas no final da escolaridade obrigatória".

Para apoiar às equipas promotoras, o município "criou uma comissão municipal, composta por 16 técnicos superiores", disponibiliza "equipamentos" e garante o "transporte dos alunos" envolvidos em projetos de flexibilidade.

Os laboratórios da Rede Escolar de Ciência de Apoio à Investigação Científica, os museus e núcleos museológicos, o centro de mar, centros náuticos, Centro de Monitorização e Interpretação Ambiental (CMIA) e Biblioteca Municipal, são alguns dos equipamentos municipais que apoiam os alunos.

A Rede Escolar de Ciência e de Apoio à Investigação Científica foi a primeira a ser criada no país, em 2018. Está instalada nas sedes de sete agrupamentos.

Integra "um conjunto de laboratórios instalados nas sete escolas sede de agrupamento, funcionando como elemento essencial à promoção da experimentação em ciência, sobretudo no património local".

"Viana do Castelo é o único concelho do país que tem concluído o inventário e classificação dos locais de valor científico para a natureza (três sítios Natura 2000, 13 monumentos naturais, e arqueossítios), sendo considerado desde setembro de 2017 como Geoparque e aspirando integrar a rede mundial de Geoparques da UNESCO", referiu.

A rede integra laboratórios de processamento de amostras em sedimentologia, de sondagem mecânica e geofísica, de comunicação de ciência, de processamento de amostras em petrologia, de microscopia e petrografia, de fotogrametria e da memória.

Aquelas unidades de investigação descentralizada permitem "aos alunos trabalharem com cientistas, consolidando a aproximação das escolas à ciência, aos seus equipamentos, e aos problemas e metodologias em ciência".

Estimular "o conhecimento científico através da descoberta do meio local, promover o gosto e a prática da ciência em contexto fora da sala de aula, incentivar o intercâmbio de conhecimentos entre alunos e docentes do concelho e investigadores e desenvolver a interdisciplinaridade", são outras das apostas daquela rede.

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