"O problema [do SNS] não é tanto a afetação de recursos, precisamos de mais com certeza, mas é que esses recursos sirvam para melhorar a organização e o funcionamento do sistema", disse a antiga governante à agência Lusa, em Coimbra, no final da sessão de abertura do III Congresso "Serviço Nacional de Saúde: Património de Todos", em que participou em representação do ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes.
A antiga ministra, que preside à comissão de revisão da Lei de Bases da Saúde, defendeu que o SNS tem de ser um instrumento do Estado ao serviço da redução das desigualdades entre cidadãos.
"Para conseguirmos dar atenção às pessoas nas suas necessidades, o SNS tem de ser descentralizado e participado", defendeu Maria de Belém Roseira.
"Já não estamos há 40 anos, percorremos um longo caminho, e já percebemos que para além dessa participação e descentralização temos de ter um sistema e um SNS que tenha uma organização próxima das pessoas, ao seu serviço, com elasticidade e centrado nos ganhos em saúde", sublinhou.
Relativamente à Lei de Bases da Saúde, que em meados de junho vai entrar em discussão pública, disse que "não pode acabar com o subfinanciamento, mas estabelece a importância do SNS".
"Tem de haver muito mais educação para a saúde e envolvimento dos vários agentes locais para, de acordo com os recursos de cada comunidade, investirmos na prevenção da doença e na promoção da saúde", sublinhou.
O III Congresso "Serviço Nacional de Saúde: Património de Todos", organizado pela Fundação SNS em parceria com o município de Coimbra, termina no sábado.
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