“Ele já pediu asilo”, disse Eduardo Franco Loor à agência de notícias EFE, sem revelar mais detalhes.
Na quarta-feira, o advogado já tinha indicado que Glas iria pedir asilo, defendendo que o antigo vice-presidente está a ser perseguido por razões políticas e que sofreu um “ataque ilegal, arbitrário e inconstitucional” por parte da Procuradoria-Geral equatoriana.
Na segunda-feira, o Governo mexicano confirmou que Glas solicitou “admissão e proteção” na embaixada, “expressando receio pela sua segurança e liberdade pessoal”, especificando que o político foi recebido como convidado e não tinha solicitado formalmente asilo.
Caso o fosse, o México “iria analisá-lo cuidadosamente e reunir as informações necessárias para proceder em conformidade, de acordo com os tratados internacionais relevantes”, sublinhou o Ministério dos Negócios Estrangeiros mexicano, num comunicado.
Também na segunda-feira, o Ministério dos Negócios Estrangeiros do Equador tinha “instado as autoridades mexicanas a convidarem o senhor Glas a cooperar com as autoridades policiais”, sem especificar se foi emitido um mandado de prisão ou se foram apresentadas acusações contra o antigo vice-presidente.
De acordo com o jornal equatoriano El Universo de Quito, Glas é procurado por um alegado desvio de fundos no âmbito de um contrato de obras públicas assinado após um sismo em 2016.
Glas foi detido inicialmente no final de 2017 e condenado em dois casos de corrupção: um por associação ilícita relacionada à empreiteira brasileira Odebrecht (com seis anos de prisão); outro por suborno por financiamento ilegal para o seu movimento político (com oito anos),
O antigo ‘vice’ foi ainda condenado por desvio de fundos públicos num contrato de petróleo, que ainda está em fase de recurso. Glas negou sempre todas as acusações, que disse fazerem parte de um movimento de perseguição política.
Glas foi vice-presidente no Governo de Rafael Correa (2007-2017), também ele condenado a pena de prisão por dois crimes de corrupção.
Em agosto de 2022, o Governo recusou uma ordem judicial para libertar Glas, com o Ministério Público a abrir uma investigação contra o juiz e a oposição a acusar o Governo de ingerência na justiça. O antigo vice-presidente acabou por sair em liberdade no final desse ano.
Nos últimos anos, o México concedeu asilo ou refúgio a antigos funcionários do Governo de Correa, incluindo o ex-ministro dos Negócios Estrangeiros Ricardo Patino e os deputados Soledad Buendía, Carlos Viteri e Gabriela Rivadeneira.
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