"A precaução é fundamental, nenhum de nós pode relaxar. A escola em si não transmite o vírus a ninguém, quem transmite somos nós uns ao outros. Estarmos sem sentido de precaução é fundamental", sublinhou o primeiro-ministro no final de uma visita a uma instituição de Benavente a assinalar o primeiro dia em que as escolas públicas podem começar a abrir portas.

"Sejamos claros, a direção da escola pode fazer o melhor trabalho possível, os professores e assistentes podem fazer o melhor trabalho possível, mas de cada aluno e cada família não dizer também o melhor trabalho possível, não funciona", acrescentou o António Costa.

O chefe do Governo prometeu que ainda esta semana vai ser anunciada a contratação de mais assistentes operacionais para as escolas, sem especificar um número concreto, e elogiou a “organização especial, criando como que caixas estanques entre cada turma, cada sala só para uma turma, cada carteira só para um aluno”.

Antes, o primeiro ministro já tinha referido que "não podemos continuar a pagar o preço de ter a escola encerrada". "Não podemos continuar a pagar o preço das desigualdades que gera a ausência do ensino presencial, não podemos continuar a sacrificar o processo de aprendizagem para as gerações futuras", disse.

Costa desejou "o ano letivo mais feliz possível", reconhecendo, porém, que "vai ser um ano letivo com problemas".

O ministro da Educação, Tiago Brandão Rodrigues, declarou que “hoje é, necessariamente, o primeiro dia do resto das vidas das escolas”.

“Sabemos que este ano letivo é diferente, mas sabemos, acima de tudo, que toda a gente entende a importância (do ensino presencial) para a nossa literacia comunitária, das crianças e dos jovens, mas também para a nossa saúde mental e física”, disse.

No novo ano letivo, que começa entre hoje e quinta-feira, professores, estudantes e funcionários vão experienciar uma escola diferente, em relação aos anos anteriores, com um conjunto de regras e normas de funcionamento que foram implementadas para ajudar a manter a escola aberta o máximo tempo possível.

Ao contrário do que aconteceu em março, quando todas as escolas foram encerradas para conter a propagação do novo coronavírus, o ensino presencial vai ser a regra e o encerramento uma medida de último recurso, tomada apenas em situações de “elevado risco”, segundo a Direção-Geral da Saúde.

Para isso, o uso de máscaras vai ser obrigatório para todos a partir do 2.º ciclo, o distanciamento físico será, sempre que possível, de pelo menos, um metro e entre os diferentes espaços da escola, que serão higienizados frequentemente, estão definidos circuitos de circulação.