"Quero deixar uma palavra muito particular aos elementos dos Comandos que integram as unidades de combate, a quem quero dar uma palavra de grande apreço", afirmou hoje o chefe do Governo aos militares que integram as missões das Nações Unidas e da União Europeia na República Centro-Africana.
António Costa sublinhou que "os Comandos são uma tropa de elite das Forças Armadas portuguesas de há muitas dezenas de anos, que há muitas dezenas de anos orgulham Portugal e as Forças Armadas portuguesas e continuarão a ser um motivo de orgulho das Forças Armadas Portuguesas".
O primeiro-ministro comentou que "os últimos meses nem sempre têm sido fáceis para o regimento".
O governante reconheceu que a missão da Organização das Nações Unidas (ONU) na República Centro-Africana, em que participam atualmente 90 elementos dos Comandos, tem “um risco elevado”, mas mostrou-se convicto de que será “mais um marco no grande contributo que têm dado para o prestígio das Forças Armadas portuguesas no mundo".
Os militares mais jovens que participam nesta missão são dos cursos 124.º, 125.º e 126.º dos Comandos.
A realização de novos cursos foi suspensa no ano passado, depois de no 127.º curso terem morrido dois formandos, o que obrigou à realização de uma inspeção técnica extraordinária. O Governo prevê que em abril sejam retomados os cursos desta especialidade, depois de aprovada uma "nova abordagem do processo de treino e formação".
Antes, o comandante da força nacional destacada, Musa Paulino, sublinhou o significado da visita do primeiro-ministro, acompanhado pelo ministro da Defesa Nacional, José Azeredo Lopes, e pelo chefe de Estado-Maior General das Forças Armadas (CEMGFA), Pina Monteiro.
Musa Paulino agradeceu a presença dos governantes e do CEMGFA, que considerou transmitir "um sinal de confiança que traz uma energia reforçada" para as tropas, cuja maioria chegou a Bangui, capital centro-africana, no dia 17 de janeiro.
As tropas preparam-se para, nos próximos dias, iniciar as operações no terreno.
"Tiveram a coragem e a certeza de estar aqui a acompanhar-nos neste momento decisivo, que é o momento de iniciarmos as operações", destacou o comandante.
No mesmo sentido, Artur Pina Monteiro salientou que esta visita mostra "a importância desta missão" e regozijou-se por verificar "o trabalho realizado em tão pouco tempo para que esta infraestrutura possa responder às necessidades operacionais, que são exigentes".
No total, 160 militares portugueses, dos quais 90 pertencem aos Comandos, participam, desde 17 de janeiro, na Missão Integrada Multinacional de Estabilização das Nações Unidas na República Centro Africana (MINUSCA), enquanto 11 portugueses estão na missão da União Europeia (UE) neste país.
Esta é a primeira vez que o primeiro-ministro visita militares portugueses destacados no estrangeiro.
António Costa falava no final de um jantar no refeitório do campo onde estão os militares portugueses ao serviço das Nações Unidas, em Bangui, em que escutou o "lema" dos comandos portugueses, com o grito "Mama Sumae" ("Aqui estamos prontos para o sacrifício").
Na segunda-feira de manhã, o primeiro-ministro reúne-se com o representante do secretário-geral das Nações Unidas na República Centro-Africana, Parfait Onanga-Anyanga, e com o comandante da força da MINUSCA, tenente-general Balla Keita.
Do programa da deslocação de António Costa e Azeredo Lopes consta ainda uma visita ao quartel-general da missão da União Europeia, também sediado em Bangui.
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