Em declarações aos jornalistas antes de entrar para uma cimeira na qual os 28 vão tentar chegar a um compromisso sobre a liderança da UE nos próximos cinco anos, com destaque para a presidência da Comissão Europeia, António Costa voltou também a defender o princípio do ‘Spitzenkandidat’, considerando que o Conselho deve escolher entre os candidatos principais das famílias políticas europeias à presidência do executivo comunitário, apresentados no quadro das eleições europeias.
Lembrando que o Parlamento Europeu deverá eleger o seu novo presidente já em 02 de julho, na sua sessão inaugural, António Costa advertiu para a importância de o Conselho ser capaz de chegar o mais rapidamente possível a um entendimento, até porque uma nova cimeira antes dessa data é logisticamente difícil, dado vários líderes europeus deslocarem-se ao Japão na próxima semana para participar na cimeira do G20, em Osaka.
“Devemos fazer um esforço todos para, entre hoje e amanhã (sexta-feira), conseguirmos obter um acordo, de forma a evitar um Conselho extraordinário, que já seria necessariamente muito em cima do início dos trabalhos do Parlamento Europeu, e, portanto, não dando ao Parlamento Europeu também o tempo necessário para que possa ponderar estas soluções”, disse.
Na discussão de hoje à noite, apontou, deve ser decidida desde logo a “questão fundamental” sobre se o Conselho vai corresponder ao pedido do Parlamento Europeu, no sentido de ser respeitado o processo dos ‘Spitzenkandidaten’, ou se entende que deve optar por uma outra metodologia.
“Pessoalmente, entendo que vale a pena ir ao encontro daquilo que é o pedido do Parlamento Europeu”, disse António Costa, que há muito defende que o ‘candidato principal’ dos Socialistas Europeus, o holandês Frans Timmermans, é o único capaz de reunir as maiorias necessárias (tanto no Conselho como no assembleia), sobretudo depois de hoje os grupos socialista (S&D) e liberal (Renovar a Europa) no Parlamento Europeu terem ‘confirmado’ que não aprovarão o nome do ‘spitzenkandidat’ do Partido Popular Europeu, Manfred Weber.
No caso de os 28 optarem por outra metodologia – e nada nos Tratados força o Conselho a seguir o modelo dos ‘candidatos principais’ -, Costa comentou que opções não faltarão, “entre os 500 milhões de cidadãos europeus”, mas considerou que o objetivo de chegar a um acordo rapidamente tornar-se-á ainda mais difícil.
“Se não nos mantivermos fiéis àquilo que é o pedido do Parlamento Europeu de escolher entre aqueles que se apresentaram às eleições como candidatos, bom, a partir daí, creio que entre os 500 milhões de cidadãos europeus não faltarão soluções, mas tornará necessariamente a tarefa bastante mais difícil do que escolher entre três”, concluiu.
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