"Podemos todos trabalhar para ver qual é a candidatura que é a melhor solução possível. Tinha-se pensado que era uma. Chegou a ter, aliás, a aprovação unânime da Assembleia da República. Acho que compete ao Governo, havendo uma manifestação clara de interesse na cidade do Porto, que também seja considerada", disse António Costa.

O chefe do Governo, que está em Portalegre como secretário-geral do PS, falava aos jornalistas à margem da apresentação dos candidatos do partido às eleições autárquicas para o distrito de Portalegre, no núcleo empresarial da região, com mais de 600 pessoas.

O Ministério da Saúde anunciou hoje que o processo de candidatura de Portugal para acolher a Agência Europeia do Medicamento (EMA, na sigla inglesa) vai ser reaberto de forma a incluir também a cidade do Porto.

De acordo com uma nota do ministério hoje divulgada, o Governo decidiu reabrir o processo de candidatura, referindo que só o Porto, a par de Lisboa, "parece reunir condições para uma candidatura muito exigente e competitiva em termos europeus".

Questionado sobre esta decisão, o primeiro-ministro considerou "muito importante que, para além das hipóteses que tinham sido estudadas, que se possa agora acrescentar o estudo relativamente a uma solução no Porto".

"Se assim for, eram dois em um, e era bom para o país do ponto de vista da sua produtividade externa, como seria bom para o país, do ponto de vista da sua coesão interna, porque ajudaria à projeção internacional", sublinhou António Costa.

Para o primeiro-ministro, é importante que as soluções "sejam servidas por um aeroporto".

"São as soluções que podemos trabalhar e vamos trabalhar", disse, sobre as duas candidaturas à AEM.

Questionado sobre se era um caso que já tinha sido encerrado, Costa declarou: "Na vida só a morte é irreversível. Do ponto de vista pessoal fico muito satisfeito".

António Costa foi ainda questionado pelos jornalistas sobre o eurodeputado do PS Manuel dos Santos, que disse que irá processar o primeiro-ministro por ter defendido a sua expulsão do partido.

"Não admito a ninguém no PS que tenha expressões de racismo. No passado, [Manuel dos Santos] deu muito ao partido, mas infelizmente não se respeita ao seu próprio partido, não se respeita ao seu próprio passado. É absolutamente intolerável que permaneça no PS", disse o secretário-geral do Partido Socialista.

Questionado se estava preocupado com o processo por difamação, António Costa respondeu: "Eu, nada".

Em textos escritos no “Twitter”, Manuel dos Santos chamou "cigana" à deputada Luísa Salgueiro, o que motivou críticas de António Costa, que afirmou que o eurodeputado se tornou "uma vergonha para o PS" e defendeu a sua expulsão do partido por "preconceitos racistas".