"Esta decisão prova como eu e o PS-Porto sempre acreditámos que valia a pena ouvir os nossos argumentos e que eles fariam com que o Governo recusasse e considerasse a candidatura do Porto", disse numa conferência de imprensa na sede distrital socialista, no Porto.
O processo de candidatura de Portugal a acolher a Agência Europeia do Medicamento vai ser reaberto de forma a incluir também a cidade do Porto, disse hoje fonte oficial do Ministério da Saúde.
"Quando propus na Câmara do Porto a criação de um grupo de trabalho foi colocada uma condição: que o Governo manifestasse abertura para rever a sua decisão. Essa condição está agora cumprida e como tantos gostamos de fazer no Porto é altura de arregaçar as mangas e nos fazermos ao trabalho para apresentar uma candidatura que seja vencedora para o Porto, mas sobretudo para a região e para o país", afirmou Manuel Pizarro.
De seguida agradeceu às diversas instituições da cidade: Hospital São João, Centro Hospitalar do Porto, IPO do Porto, Universidade do Porto, o Politécnico, a Universidade Fernando Pessoa e a Universidade Católica e à AEP, Associação Comercial do Porto, Health Cluster de Portugal e à entidade Turismo e Norte de Portugal o apoio prestado.
"É em conjunto que seremos capazes de fazer uma candidatura vencedora não apenas em Portugal, isso não é suficiente, mas sobretudo que na Europa consiga fazer vencer a ideia de trazer a EMA para cá", acrescentou.
Sobre a polémica gerada pela não inclusão inicial do Porto, o candidato afirmou existir o hábito na cidade de "ter de se fazer um esforço adicional para que as razões façam vitória".
"O PS-Porto esteve sempre com absoluta seriedade e nunca abandonou a luta. Considerámos sempre que não suficiente que protestássemos ou nos queixássemos, fizemos propostas concretas e foi graças a elas e a toda a movimentação gerada na opinião pública que foi possível obter esta alteração de posição", frisou.
Afastando-se das polémicas, Manuel Pizarro considerou que o "essencial é que Portugal faça a melhor candidatura possível, e essa é a do Porto, pois encontra-se numa região de convergência, algo que a decisão da União Europeia irá ter em conta".
Quanto ao facto do aeroporto - uma das condições da candidatura - ficar também em Matosinhos e isso poder resultar em nova polémica, o candidato desvalorizou.
"O aeroporto fica na Área Metropolitana do Porto e esta é naturalmente uma candidatura metropolitana, e os municípios vizinhos tem de ser envolvidos. Toda a região beneficiará muito, de forma muito sustentada com a presença da Agência Europeia do Medicamento", disse.
Puxando dos números, Pizarro lembrou que serão "900 pessoas que se deslocam, as suas famílias, mais de 600 dormidas, em média, por semana e de um orçamento de 300 milhões que terá muita importância para região".
"Portugal deve candidatar a cidade e a região que tiver melhores condições e o Porto tem todas as condições que Lisboa reúne, porque uma grande parte do cluster da saúde está no Porto mais do que em Lisboa e porque o Porto é sede de uma região de convergência, e esse critério não deixará de ser tido em conta na UE", concluiu.
O site da câmara informou, a propósito, que "o Governo tomou a iniciativa de contactar a Câmara Municipal do Porto para que a cidade se associasse, no âmbito da Comissão de Candidatura Nacional, ao processo de avaliação que irá decorrer à luz dos critérios oficiais definitivos".
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