Marcelo Rebelo de Sousa comentava desta forma a decisão, anunciada hoje pelo Governo, de reabrir o processo de candidatura de Portugal à EMA, de forma a incluir também a cidade do Porto no processo.
“Trata-se, agora, de estabilizar uma posição. O ideal é que seja consensual e que rememos todos na mesma direção porque a candidatura aproxima-se da fase final. O objetivo é que haja uma unidade nacional o mais ampla possível em torno da localização que for escolhida”, afirmou o chefe de Estado, no Porto, à margem da sessão de encerramento do 2.º Encontro Nacional de Cuidadores Informais de Pessoas com Doença de Alzheimer e outras Demências Similares.
Questionado sobre se foi importante a ponderação que levou o Governo a rever a candidatura, que inicialmente se restringia a Lisboa, Marcelo Rebelo de Sousa indicou que “todas as reflexões são boas desde que, no fim, se escolha a hipótese com mais probabilidade de vitória e que tenha maior unidade nacional”.
“Como o grande objetivo é conseguir ganhar para Portugal, e porque Governo e partidos estão a apostar muito nisso, vamos ver se ganhamos”, frisou o PR.
Marcelo Rebelo de Sousa lembrou que “vários partidos, pensando duas vezes, decidiram repensar as suas posições” sobre a localidade que Portugal deve candidatar à sede da EMA, que deve abandonar Londres com a saída do Reino Unido da União Europeia.
“Pelos vistos, aconteceu também [pensar duas vezes e repensar a posição] com o Governo. Trata-se, agora, de estabilizar uma posição”, vincou.
Questionado sobre o que terá originado a decisão do Governo, ou se o Governo decidiu olhar “para lá do Tejo”, como defende o PR esta manhã em Lisboa, Marcelo Rebelo de Sousa respondeu que a pergunta teria de ser feita “ao primeiro-ministro”.
“Na primeira ocasião, havia uma posição unânime. Depois os partidos começaram a refletir e apresentar outras ideias. Pelos vistos chegou ao Governo. Agora é estabilizar ideias e fazer o possível e o impossível para Portugal ganhar”, defendeu.
“Era muito importante que Portugal ganhasse”, sublinhou.
Na quinta-feira, o chefe de Estado pediu que os partidos “estabilizem a opinião” sobre a localidade portuguesa a candidatar à EMA, escolham “a que tem melhores hipóteses de ganhar” e “remem na mesma direção”.
“O que o PR pode desejar, em primeiro lugar, é que rapidamente os partidos definam uma posição. Se é a que tinham, se é outra e qual: Porto ou Braga. Depois, que definam por consenso, para um não defender uma coisa e outro defender outra”, pediu Marcelo Rebelo de Sousa.
Um comunicado do Ministério da Saúde revelou hoje que Governo decidiu reabrir o processo de candidatura, referindo que só o Porto, a par de Lisboa, "parece reunir condições para uma candidatura muito exigente e competitiva em termos europeus".
"Neste contexto, o Governo tomou a iniciativa de contactar a Câmara do Porto para que a cidade se associasse, no âmbito da Comissão de Candidatura Nacional, ao processo de avaliação que irá decorrer à luz dos critérios oficiais definitivos", lê-se na nota.
Os "critérios definitivos" para a nova localização EMA serão definidos num conselho europeu que vai decorrer a 22 e 23 de junho e as candidaturas devem ser oficialmente apresentadas até final de julho, esclarece o ministério.
A reabertura do processo de candidatura de Portugal, de modo a incluir também o Porto, pretende, segundo o Governo, "gerar soluções alternativas qualificadas, promotoras de uma única candidatura nacional, forte e afirmativa em termos europeus".
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