Segundo o 'Publico' de hoje, os crimes de corrupção imputados a Mexia e a Manso Neto envolvem um ministro, um secretário de Estado, um assessor governamental e um diretor-geral. Trata-se de Manuel Pinho, ministro da Economia de José Sócrates, que terá sido convidado a dar aulas nos Estados Unidos depois de uma doação de 1,2 milhões de euros de uma empresa da EDP à Escola de Relações Públicas e Internacionais da Universidade de Columbia, em Nova Iorque.

Já no governo de Passos Coelho, as suspeitas recaem sobre o então secretário de Estado da Energia, Artur Trindade, que não é arguido neste processo. O 'Público' explica que em 2013 a dupla da EPD contratou o pai de Trindade, como consultor externo, para o recém-criado Comité de Acompanhamento das Autarquias. O pai do então governante era o único membro daquele comité com essa qualidade, onde tinham assento apenas administradores e diretores da EDP.

Decorre até hoje o prazo para a defesa contestar a proposta de medidas de coação do Ministério Público, que vão no sentido de suspender António Mexia da presidência da EDP e a prestação de uma caução não inferior a dois milhões de euros.

Segundo o Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP) são imputados a António Mexia e Manso Neto, em coautoria, quatro crimes de corrupção ativa e de um crime de participação económica em negócio.

Quanto a Manso Neto, as medidas são semelhantes, com exceção de uma caução não inferior a um milhão de euros.

Ao arguido João Conceição, administrador da REN, o MP imputa-lhe dois crimes de corrupção passiva para ato ilícito.

A EDP já considerou que as medidas propostas pelo MP em relação a António Mexia e Manso Neto são “desprovidas de fundamentação”.

O inquérito investiga os procedimentos relativos à introdução no setor elétrico nacional dos Custos para Manutenção do Equilíbrio Contratual (CMEC).

O processo das rendas excessivas da EDP está a ser investigado há oito anos.