Os 119 sinos e os dois carrilhões ficaram sujeitos a um “silêncio forçado” durante 20 anos, à espera de obras de requalificação e “presos” por andaimes desde 2004.

A empreitada de reabilitação iniciou-se em maio de 2018 e terminou em dezembro de 2019, representando um investimento de 1,7 milhões de euros, devolvendo este património único e permitindo iniciar um programa de concertos a cada domingo.

O financiamento suplementar oriundo do Turismo de Portugal permitiu ainda pôr em funcionamento os sinos das horas.

O concerto inaugural acontece no domingo, ocasião única para ouvir os dois carrilhões e os sinos de ambas as torres a tocarem uma composição inédita escrita de propósito para o evento pelo carrilhonista Abel Chaves, anunciou o próprio.

Hoje, haverá recitais às 10:00, 12:00, 15:00 e 16:30, para além de uma palestra às 14:30.

Na Torre Sul, vão estar dois carrilhonistas a interpretarem a peça nos teclados do carrilhão, com os respetivos sinos a emitir música.

Já na Torre Norte, vai estar um grupo de 12 sineiros, entre trabalhadores da obra e técnicos da Direção-Geral do Património Cultural, a bater nos sinos com martelos.

Durante o concerto, o carrilhonista vai interpretar o “hino nacional” e os carrilhonistas Abel Chaves e Liesbeth Janssens composições de Vivaldi, no carrilhão da Torre Sul do monumento.

Os dois carrilhões e os 119 sinos, repartidos por sinos das horas, da liturgia e dos carrilhões, constituem o maior conjunto sineiro do mundo, sendo, a par dos seis órgãos históricos e da biblioteca, o património mais importante do Palácio Nacional de Mafra, classificado como Património Cultural Mundial da Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura, no passado mês de julho.

Estima-se que os sinos mais pesados tenham 12 toneladas.

Os carrilhões de Mafra foram classificados como um dos “Sete sítios mais ameaçados na Europa”, pelo movimento de salvaguarda do património Europa Nostra.