A cimeira Hanói arrancou hoje e está previsto um encontro privado entre Trump e Kim e um jantar entre as duas delegações.
O líder norte-americano é acompanhado pelo secretário de Estado, Mike Pompeo, e pelo chefe de gabinete da Casa Branca, Mick Mulvaney. Kim Jong-un segue acompanhado de Kim Yong Chol, negociador-chave nas negociações com os EUA, e Ri Yong Ho, ministro dos Negócios Estrangeiros. Estarão ainda presentes intérpretes de ambas as delegações.
Trump tem seduzido o regime norte-coreano com boas perspetivas económicas caso aceite a desnuclearização e se insira na comunidade internacional.
Uma declaração de paz na Guerra da Coreia (1950-1953), que terminou com um armistício, poderia implicar uma redução das tropas norte-americanas na Coreia do Sul, enquanto o alívio das sanções poderia permitir a Pyongyang reiniciar os lucrativos projetos económicos com a Coreia do Sul.
Mas entre os especialistas há a crescente preocupação de que Trump faça cedências a Kim em troco de pouco. Céticos quanto às promessas do regime norte-coreano, insistem que Trump deve primeiro obter progressos reais na questão da desnuclearização antes de fazer cedências.
O presidente dos Estados Unidos afirmou hoje serem "falsas" as informações de que estaria disposto a fazer cedências ao líder norte-coreano, Kim Jong-un, antes de este adotar medidas concretas para a desnuclearização.
"São tudo informações falsas sobre as minhas intenções em relação à Coreia do Norte. Kim Jong-un e eu vamos esforçar-nos para definir algo sobre a desnuclearização e, em seguida, transformar a Coreia do Norte numa potência económica", disse.
De recordar que os dois líderes reuniram-se pela primeira vez em junho passado, em Singapura. A histórica cimeira terminou, no entanto, sem nenhum compromisso da Coreia do Norte no sentido de abandonar o seu arsenal nuclear.
A Coreia do Norte sofreu já décadas de isolamento e pobreza extrema, incluindo períodos de fome que causaram milhões de mortos, mas não abdicou de desenvolver um programa nuclear como garantia de sobrevivência do regime.
Um tratado de paz que pusesse fim à Guerra da Coreia permitiria a Trump fazer História e encaixaria na sua oposição a "guerras eternas" dispendiosas para os EUA.
A organização da cimeira está a cargo do Vietname, outrora devastado por bombas norte-americanas, mas que é agora um importante parceiro económico e aliado de Defesa dos EUA.
Trump acredita mesmo que a Coreia do Norte se pode inspirar no Vietname, encorajando Kim Jong-un a replicar o processo.
"Vamos ver o que acontece, mas ele [Kim Jong-un] quer fazer algo grandioso", disse hoje o presidente norte-americano ao primeiro-ministro do Vietname. "Olhando para o que vocês fizeram, em tão pouco tempo, ele poderá fazê-lo muito rapidamente - transformar a Coreia do Norte numa grande potência económica", acrescentou.
Já no centro de imprensa em Hanói, o vice-ministro vietnamita dos Negócios Estrangeiros Le Hoai Trung disse aos jornalistas que Hanói "está disposto a trocar experiências com qualquer país que queira fazê-lo". "O Vietname fez reformas profundas nos últimos trinta anos visando converter-se num Estado moderno", lembrou. "Cada país tem as suas próprias circunstâncias e as decisões cabem aos seus líderes, mas o processo de integração na comunidade internacional é um processo de benefícios mútuos", notou.
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