“Este protesto é de todos. Partiu da sociedade civil e todos foram convidados. Não estamos em representação de sindicatos”, disse à agência Lusa o representante do movimento “Todos por Portugal”, Joaquim Sampaio.

A marcha de protesto que junta professores e profissionais de outros setores, seguirá em direção ao Palácio de Cristal onde esta tarde está prevista a chegada do secretário-geral do PS e primeiro-ministro de Portugal, António Costa, para uma iniciativa integrada nas comemorações do 50.º aniversário do Partido Socialista português.

Com faixas onde se lê “Senhor Presidente, Socorro” ou “O dinheiro da corrupção resolvia os problemas da educação” e palavras de ordem como “Costa escuta, a escola está em luta”, a marcha junta manifestantes em representação de vários setores.

Predominando as camisolas pretas com as frases “Basta!” ou “Estamos em luta” e os cachecóis de Portugal, ao som de apitos e bombos, e com cravos vermelhos na mão, os manifestes vão seguir pela rua Júlio Dinis até ao Palácio de Cristal.

“Demissão” e “Portugal” são as palavras mais ouvidas junto a um camião que inicialmente foi, disse à Lusa Joaquim Sampaio da organização, “barrado pela PSP graças a pressões externas”.

Cerca das 14:00, a agência Lusa contactou o Comando Metropolitano da PSP do Porto que remeteu esclarecimentos para mais tarde.

A concentração, divulgada por um grupo de profissionais de Educação do Norte, “um grupo de professores em protesto contra o Governo”, como se intitulam, tem como objetivo chamar a atenção para o “empobrecimento da população”.

“As famílias têm vivido com grandes dificuldades financeiras devido à subida das despesas com habitação, alimentação, transportes, saúde, etc. As lutas e manifestações de professores, médicos, enfermeiros, funcionários judiciais, agricultores, maquinistas e muitos outros, têm mostrado o grande descontentamento que hoje se vive em Portugal. O Governo perdeu a razão e está a votar os portugueses ao empobrecimento”, lia-se na convocatória.

Lídia Faria, professora de 52 anos, juntou-se à concentração exatamente por estas razões.

“Isto só muda se as pessoas se mostrarem, gritarem e exigirem”, disse à Lusa.

Ao lado, a segurar uma faixa com o lema “Em defesa da escola pública”, Beatriz Lima (45 anos) acena com a cabeça e diz que “Portugal precisa de melhores políticos”.

Já em comunicado às redações, o movimento Alojamento Local Porto e Norte (ALPN) anunciou no sábado que vai juntar-se a esta concentração com pessoas que representam o Alojamento Local, bem como as atividades económicas conexas, nomeadamente empresas de gestão, contabilidade, formação, restauração, bares, lavandarias, comércio local, equipas de limpeza e transportes, entre outras.

O objetivo é sensibilizar o Governo, os partidos e a população para o conjunto de medidas do programa +Habitação que, dizem, “a serem aprovadas, terão um impacto devastador não só na atividade do Alojamento Local, mas também em milhares de empresas do ecossistema do turismo, cuja atividade está intimamente ligada a este setor”.

Ao longo da semana, os vários organizadores deram conta de que esperavam a presença de organizações de vários setores — económico, social, cultural, ambiental — e apelaram à participação da sociedade civil.

Paralelamente, com a presença do primeiro-ministro de Espanha, Pedro Sánchez, atual presidente da Internacional Socialista, e do presidente do Partido Socialista Europeu (PSE), Stefan Löfven, ex-primeiro-ministro da Suécia, decorre hoje à tarde no Palácio de Cristal, no Porto, uma iniciativa integrada no programa de comemorações do 50.º aniversário do Partido Socialista português.

Estão previstas as intervenções de António Costa e de Manuel Alegre, bem como do secretário-geral da Juventude Socialista, Miguel Costa Matos, da presidente da Associação Nacional de Autarcas Socialistas, Isilda Gomes, e do presidente da Federação Distrital do Porto, Eduardo Vítor Rodrigues.

As comemorações incluem atuações musicais de artistas nacionais, como GNR, Quim Barreiros e Bárbara Tinoco, entre outros.