O concurso para os estudos para passagens inferiores está atualmente a aguardar propostas até dia 5 de fevereiro, depois de terem sido instaladas na Granja e Aguda passagens superiores que geraram a contestação das populações locais.

Face aos protestos, e depois de manifestações contra as estruturas apelidadas de "mamarracho", "escarro arquitetónico" ou "muro de Berlim" pela população e edificadas no âmbito da renovação da Linha do Norte entre Espinho (distrito de Aveiro) e Vila Nova de Gaia (distrito do Porto), foi celebrado um protocolo, em julho de 2022, que previa o estudo de soluções de passagens por debaixo da linha.

"O estudo de viabilidade consistirá numa análise técnica para a identificação das várias soluções e quantificação das intervenções a realizar na envolvente da infraestrutura para desnivelamento, que permita a passagem de peões na Estação de Granja e Apeadeiro de Aguda", referiu fonte oficial da IP à Lusa, em agosto.

Em julho de 2022, a IP comprometeu-se a fazer um estudo de viabilidade para substituir por passagens inferiores as passagens superiores pedonais instaladas na Granja e na Aguda.

O “acordo de supressão de passagens de nível e de colaboração” foi assinado em Gaia pela IP e pela Câmara de Vila Nova de Gaia, numa cerimónia presidida pelo então ministro das Infraestruturas, Pedro Nuno Santos.

O documento fala na realização de um estudo de "viabilidade da construção de passagens inferiores pedonais em substituição das passagens superiores pedonais (…) na estação da Granja e do apeadeiro da Aguda”.

A instalação das passagens superiores implementadas no âmbito da renovação da Linha do Norte, que chegam a ter sete metros de altura, motivou queixas apresentadas por movimentos cívicos locais que exigem a sua demolição, pedindo uma alternativa em túnel.

O compromisso de estudar alternativas surgiu depois de a população ter feito queixas junto do Tribunal Administrativo e Fiscal do Porto, bem como ao Ministério Público e ao Provedor da Justiça Europeu, com o argumento de mau uso de fundos comunitários. Somam-se o envio de uma carta aberta ao Presidente da República, petições públicas, pedidos de esclarecimento e protestos no local.