“Estes meses e o próximo ano letivo são períodos muito importantes para as instituições aprenderem a inovar. Estou aberto a fazer todas as mudanças no regime legal de graus e diplomas, para reduzir as horas letivas presenciais”, disse à Lusa Manuel Heitor, à margem da apresentação do projeto ‘Skills 4 pós-Covid – Competências para o futuro’, na Biblioteca José Saramago do Politécnico de Leiria.

O governante socialista defendeu que é possível conjugar a parte presencial naquilo que é verdadeiramente necessário, “como trabalhos em grupo, processos de autoaprendizagem, o ensino baseado em projeto, que Leiria tem inovado bastante, com o ensino à distância”.

No discurso de encerramento, o governante constatou que Portugal, “sobretudo no contexto do sul da Europa, tem cargas letivas excessivas, sobretudo quando nos comparamos com sociedades do norte e centro da Europa”.

Por isso, reforçou, é “possível inovar pedagogicamente, reduzindo o número de horas presenciais”.

“Sabemos que o ensino superior se está a diversificar. Além das formações curtas iniciais e das formações curtas pós-graduadas, temos que complementar isso com as formações tradicionais, que sempre existirão: licenciaturas, mestrados e doutoramentos. Mas têm, cada vez mais, de ser feitas de uma forma inovadora, misturando ensino presencial, com ensino à distância”, sublinhou.

Manuel Heitor lembrou que, nos últimos dois meses, se “aprendeu rapidamente a adotar o ensino à distância”, mas também a verificar que ele “tem limitações”.

“É preciso perceber onde é que deve ser feito à distância e onde terá de ser feito presencialmente com mais responsabilidade. Este programa [‘Skills 4 pós-Covid’] tem muito a ver com a mobilização dos empregadores e das instituições para discutir a evolução e a mobilizar atitudes e vontades para inovar o ensino superior”, considerou.

O ministro adiantou ainda que a “tendência da Europa na próxima década passa pela contratação conjunta de docentes e investigadores, “sobretudo, nas redes europeias”, através dos consórcios.

Trata-se de um “processo de recrutamento e contratação conjunta de investigadores e docentes, que partilham durante o ano as várias instituições e com isso criam um ambiente verdadeiramente europeu”.

“Não se quer tirar a identidade de cada instituição, quer-se é criar consórcios que consigam reunir e complementar a identidade de várias instituições, onde os docentes e os estudantes circulam ao longo do ano. Portanto, é importante o Politécnico de Leiria estar desde já integrado numa destas novas redes europeias [lidera um consórcio europeu de oito instituições]”, afirmou Manuel Heitor.

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