A recomendação foi publicada hoje em Diário da República, “tendo em vista a implementação de uma cultura de segurança do transporte ferroviário”, e prevê a criação de uma equipa transdisciplinar e independente para fazer uma investigação sobre o suicídio nas linhas férreas e um levantamento “dos denominados ‘pontos quentes’, com base nos dados das colhidas dos últimos 20 anos e nos testemunhos das tripulações”.
Inclui também a criação de uma linha de apoio SOS, com a instalação de uma rede de telefones de ligação direta em todos os “pontos quentes”, estações e apeadeiros, ou a implementação de programas obrigatórios de acompanhamento psicológico prolongado de trabalhadores envolvidos em acidentes e a inclusão da perturbação de stress pós-traumático na lista de doenças profissionais.
A recomendação da Assembleia da República sugere igualmente que sejam instaladas, nos “pontos quentes”, vedações no acesso às vias de circulação ferroviária ou outras medidas de segurança, de modo a impedir ou dificultar o acesso aos locais mais críticos, além de um plano para encerrar passagens de nível, instalação de passagens áreas e demolição das plataformas de embarque com iluminação insuficiente ou fora de serviço.
Propõe também que haja cursos de formação e preparação de trabalhadores dos Comboios de Portugal e das Infraestruturas de Portugal para questões relativas a suicídio e traumas, identificando fatores de risco e de prevenção, além da realização de campanhas de sensibilização para o fenómeno, com publicidade institucional colocada nas estações e apeadeiros, “assegurando a utilização de iluminação azul nessa publicidade”.
Quer também que aumente o número de pessoas destacadas para o Gabinete de Prevenção e Investigação de Acidentes com Aeronaves e de Acidentes Ferroviários, “de forma a aumentar a prontidão de resposta na investigação de acidentes e colhidas”.
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