O procurador público responsável pelo caso na Arábia Saudita, Shalaan al-Shalaan, informou esta segunda-feira, 23 de dezembro, que cinco pessoas foram condenadas à morte e três a prisão pelo homicídio do jornalista Jamal Khashoggi.

O procurador afirmou que os condenados "participaram diretamente no assassinato".

Nenhuma acusação foi mantida contra Saud al Qahtani, muito próximo ao príncipe herdeiro saudita Mohammed bin Salman, nem contra o número dois do serviço de inteligência, o general Ahmed al Assiri.

A morte do jornalista, colunista do Washington Post, espoletou a maior crise diplomática da Arábia Saudita desde os ataques de 11 de setembro de 2001, com líderes mundiais e executivos a procurarem distanciar-se de Riade.

A CIA concluiu que Mohammed bin Salman, o príncipe herdeiro, foi quem ordenou o assassinato de Khashoggi, de acordo com uma reportagem do Washington Post. No entanto, este nega qualquer envolvimento direto, apesar de assumir a responsabilidade "enquanto um dos líderes da Arábia Saudita".

Todos os condenados têm agora oportunidade de recorrer da sentença.

A 02 de outubro de 2018, o jornalista saudita Jamal Khashoggi, que morava nos Estados Unidos, entrou no consulado da Arábia Saudita em Istambul, para tratar de alguns documentos necessários para o casamento com uma cidadã turca.

O jornalista não voltou a sair do consulado, onde foi morto por agentes sauditas, que saíram da Turquia e regressaram à Arábia Saudita logo após o assassínio.

O julgamento dos 11 suspeitos começou no início de janeiro, na Arábia Saudita, e o procurador-geral solicitou a pena de morte para cinco suspeitos, o que se veio a confirmar.