Num discurso durante uma reunião convocada de urgência a pedido da Arábia Saudita para discutir os “ataques” do rival iraniano na segurança regional, o xeque Khaled bin Ahmad Al-Khalifa acusou o Hezbollah de ser uma organização “terrorista”.

O Irão tem “armas na região”, disse, acrescentando que “o braço mais importante do Irão na região agora é o braço terrorista do Hezbollah”.

O ministro saudita pediu a países como o Líbano, “nos quais o Hezbollah é um parceiro do governo, que assumam a sua responsabilidade”.

Os ministros dos Negócios Estrangeiros árabes reuniram-se hoje na sede da Liga Árabe no Cairo, num contexto explosivo entre Riade e Teerão.

A Arábia Saudita pediu a reunião de urgência para discutir “formas de combater as intervenções iranianas nos países árabes e os seus ataques à segurança e à paz”, de acordo com um documento oficial enviado à AFP.

O pedido surgiu depois de um ataque de mísseis por rebeldes do Iémen no território saudita em 04 de novembro e após um ataque a um oleoduto no Bahrein em 10 de outubro.

Riade acusou Teerão de fornecer equipamentos militares clandestinos aos rebeldes iemenitas.

O Líbano atravessa uma nova crise política desde que o primeiro-ministro, Saad Hariri, anunciou a sua demissão, dizendo temer pela sua vida e acusando o Irão e o Hezbollah, que integra o governo libanês, de quererem controlar o país.

Após cerca de duas semanas de informações contraditórias sobre a liberdade de movimentos de Hariri, o Presidente libanês, Michel Aoun, afirmou na quarta-feira que o Líbano o considera “em cativeiro e detido” em Riade.

A renúncia de Saad Hariri faz recear que o Líbano, país de frágeis equilíbrios entre as suas diversas comunidades, caia de novo na violência. O país foi devastado por uma guerra civil entre 1975 e 1990 e por um conflito com o vizinho israelita em 2006.