“Um responsável negou as alegações da imprensa de que uma entidade do reino usou ‘software’ para monitorizar comunicações”, indicou hoje a agência oficial de notícias saudita SPA, sem especificar o nome em questão.

Segundo a mesma fonte, cujo nome e estatuto não foram especificados, “estas alegações são infundadas” e a Arábia Saudita “não aprova esse tipo de prática”.

Por seu lado, o Governo húngaro disse que nunca vai revelar se utilizou o Pegasus, por se tratar de informação secreta, insistindo que os serviços de segurança operam dentro da lei.

“É uma histeria condicente com o ambiente internacional que a Hungria e o Governo húngaro foram forçados a enfrentar nas últimas semanas”, afirmou o chefe do gabinete do primeiro-ministro, Gergely Gulyás, em conferência de imprensa.

Questionado sobre a utilização do ‘software’, o responsável esclareceu que o executivo, liderado pelo ultranacionalista Viktor Orbán, jamais vai revelar as ferramentas utilizadas pelos serviços de segurança, já que se trata de “informações secretas”.

De acordo com uma investigação divulgada na semana passada por um consórcio de 17 meios de comunicação internacionais, incluindo o húngaro Direkt36, assim como o francês Le Monde, o britânico The Guardian ou o norte-americano The Washington Post, tanto a Arábia Saudita como a Hungria estão entre os países que utilizam o Pegasus para monitorizar jornalistas, políticos, ativistas de direitos humanos e líderes empresariais.

Segundo a investigação, o ‘spyware’ Pegasus, comercializado pela empresa israelita NSO Group, consegue recolher, quando inserido num telemóvel ‘smartphone’, mensagens, imagens, contactos e até ouvir as chamadas.

A NSO, acusada regularmente de ajudar regimes autoritários, garantiu que o ‘software’ é utilizado apenas para obter informações contra redes criminosas ou terroristas.

A Arábia Saudita tem sido acusada de uma brutal repressão contra dissidentes e ativistas de direitos humanos, especialmente desde que o príncipe herdeiro, Mohammed bin Salman, assumiu de facto o poder, em 2017, sendo que o reino é regularmente criticado por perseguir opositores e infiltrar ’toupeiras’ nas redes sociais.

Por seu lado, a Hungria é o único país da União Europeia acusado de utilizar o programa para monitorizar jornalistas e opositores.

O Governo de Orbán não negou nem admitiu a informação e limitou-se a insistir que os serviços de segurança nacional não agiram ilegalmente.

Apesar de Gulyás ter garantido hoje que as acusações são inventadas, anunciou que o caso vai ser investigado.

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