O cardeal sul-coreano, que preside à peregrinação internacional aniversária, pediu hoje aos fiéis presentes na Cova da Iria para orarem "pela paz e pela reconciliação na península coreana".

"Orai connosco pelo fim dos conflitos e das divisões na península", apelou Andrew Yeom Soo-Jung, que também é administrador apostólico de Pyong-yang, capital da Coreia do Norte, onde nunca foi autorizado a deslocar-se.

Recordando as palavras do Papa Francisco, Andrew Yeom Soo-Jung pediu ainda para se rezar "pelos políticos e pelos legisladores", para que estes "trabalhem mais estreitamente além-fronteiras na construção da paz".

Durante a homília, o cardeal sul-coreano lembrou que, antes da guerra entre as duas Coreias, havia mais de 50 paróquias e 50 mil fiéis católicos na Coreia do Norte, sendo que "não há padres nem religiosos" naquele país há mais de 70 anos, face aos sequestros e expulsões que católicos sofreram.

O arcebispo de Seul recordou que o início do século XX na Coreia "foi um período de provação", sendo que "a combinação do colonialismo japonês e dos comunismos vizinhos da Rússia e da China marcou a entrada da Coreia numa era turbulenta de dominação estrangeira".

"Logo após a libertação colonial, em 1945, a nação viu-se dividida: Norte versus sul, comunista versus capitalista. Cinco anos depois, a guerra devastou a península por três longos anos, causando morte, destruição e a divisão de muitas famílias", disse.

Segundo o cardeal sul-coreano, "a guerra trouxe uma divisão ainda mais profunda entre o norte e o sul", sendo que, passadas sete décadas, "a nação continua dividida e a reconciliação permanece inalcançável".

A peregrinação internacional aniversária começou hoje e termina no domingo, no Santuário de Fátima, numa celebração presidida pelo arcebispo de Seul.

De acordo com o reitor do Santuário, Carlos Cabecinhas, cerca de 4,5 milhões de peregrinos participaram nas celebrações na Cova da Iria nos últimos nove meses.