Um relatório hoje publicado pela Comissão indica que, no ano passado, o Sistema Europeu de Informação sobre Fogos Florestais registou 86 incêndios em Portugal, num total de 37.357 hectares ardidos.

“Embora Portugal fosse, mais uma vez, o país com a maior área ardida, a área total foi apenas uma pequena fração da superfície ardida em 2017 e um dos totais mais baixos dos últimos dez anos”, ressalva o executivo comunitário em comunicado.

De acordo com o relatório, em 2018, o Mecanismo de Proteção Civil da UE foi ativado cinco vezes fazer face a incêndios florestais na Europa: em Portugal, na Suécia, na Grécia e na Letónia.

No verão passado, foram mobilizados 15 aviões, seis helicópteros e mais de 400 bombeiros, tendo a UE suportado 1,6 milhões de euros em custos de transporte para os países afetados.

Bruxelas enviou, ainda, peritos em incêndios florestais de toda a UE para Portugal, numa missão de prevenção e preparação.

Segundo a Comissão Europeia, 2018 foi o ano em que o Sistema Europeu de Informação sobre Fogos Florestais registou “o maior número de incêndios florestais” com grande dimensão.

Ao todo, no ano passado, os incêndios florestais destruíram cerca de 178.000 hectares de florestas e terrenos na UE.

“Embora esta área seja inferior a um sexto da área ardida em 2017 e menor do que a média de longo prazo, mais países do que nunca foram expostos a grandes incêndios”, observa o executivo comunitário.

No documento, a Comissão Europeia assinala também que “a Suécia enfrentou a pior época de incêndios em toda a história do país” em 2018, tendo registado a segunda maior área ardida da UE - 21.605 hectares ardidos em 74 incêndios -, uma situação “invulgar para um país do norte”.

Entre os países com maior área ardida no ano passado estão também Itália (147 incêndios e 14.649 hectares), Espanha (104 incêndios, 12.793 hectares) e Reino Unido (79 incêndios, 18.032 hectares).

Outra das conclusões do relatório – que analisou não só incêndios na Europa, como também no Médio Oriente e no Norte de África – é que, “apesar de a área ardida total ter sido inferior à dos anos anteriores, registaram-se temperaturas acima da média no centro e no norte da Europa durante a maior parte do verão”.

“Esta situação criou condições que contribuíram para a ignição e a propagação de incêndios florestais, causando elevadas perdas económicas e ambientais”, justifica a Comissão Europeia.

Uma destas consequências foi o facto de os ecossistemas da rede Natura 2000, que albergam espécies vegetais e animais ameaçadas, terem perdido 50.000 hectares em incêndios, o equivalente a 36% da área total ardida em 2018, adianta Bruxelas.

O relatório anual sobre fogos florestais dá ainda conta de que, este ano, a época de incêndios começou mais cedo “devido a condições secas e ventosas e temperaturas elevadas”, com as ocorrências registadas em março a serem “superior à média de um ano inteiro na última década”.