“Estamos prontos para nos juntarmos aos países que presidem o Grupo de Minsk da OSCE [Organização para a Segurança e Cooperação na Europa] a fim de restabelecer um cessar-fogo baseado nos acordos de 1994-1995″, disse a diplomacia arménia, em comunicado.
Os presidentes da Rússia, Vladimir Putin, dos EUA, Donald Trump, e de França, Emmanuel Macron, pediram na quinta-feira ao Azerbaijão e à Arménia que cessem as hostilidades através de um cessar-fogo imediato, em particular no enclave separatista do Nagorno-Karabakh, palco de combates desde domingo passado.
“Também apelamos aos dirigentes da Arménia e do Azerbaijão que assumam a obrigação de reiniciar as negociações para uma solução com a colaboração dos copresidentes do Grupo de Minsk da OSCE, de boa fé e sem impor condições prévias”, assinalaram os três chefes de Estado, numa declaração conjunta divulgada pelo Kremlin.
Os três países condenaram “firmemente” a escalada militar na fronteira entre os dois países no Nagorno-Karabakh, uma zona de disputa entre arménios e azeris desde 1988.
Na sexta-feira à noite, os combates em Nagorno-Karabakh eram muito intensos, e a Turquia foi acusada pela Arménia e pelos países mediadores de ter “cruzado a linha vermelha” ao enviar ‘jihadistas’ para apoiar o Azerbaijão.
A luta continuou até de madrugada, com cada um dos lados a alegar ter infligido perdas significativas ao outro.
Em Stepanakert, capital de Karabakh, os habitantes tiveram de se abrigar várias vezes, com receio de bombardeamentos, mas nenhuma das partes parece ter ganhado o combate.
No centro das deterioradas relações entre Erevan e Baku encontra-se a região do Nagorno-Karabakh, no Cáucaso do Sul onde há interesses divergentes de diversas potências, em particular da Turquia, da Rússia, do Irão e de países ocidentais.
Este território, de maioria arménia, integrado em 1921 no Azerbaijão pelas autoridades soviéticas, proclamou unilateralmente a independência em 1991, com o apoio da Arménia.
Na sequência da uma guerra que provocou 30.000 mortos e centenas de milhares de refugiados, foi assinado um cessar-fogo em 1994 e aceite a mediação do Grupo de Minsk, constituído no seio da OSCE, mas as escaramuças armadas permaneceram frequentes.
Em julho deste ano, os dois países envolveram-se em confrontos a uma escala mais reduzida que provocaram cerca de 20 mortos. Os combates recentes mais significativos remontam abril de 2016, com um balanço de 110 mortos.
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