Segundo a AFP, não há ainda indicação se irá realizar-se uma conferência de imprensa no final do encontro e a porta-voz da diplomacia russa, Maria Zakharova, não quis comentar o desenrolar das conversações.

Um porta-voz do exército da Arménia disse à comunicação social que os combates no enclave de Nagorno-Karabakh continuam, apesar das negociações que estão em curso.

“Estamos a dar à Arménia uma oportunidade de resolver o conflito de forma pacífica. Esta é a última oportunidade”, afirmou o Presidente do Azerbaijão, Ilham Aliev, numa declaração transmitida pela televisão antes do início do encontro em Moscovo.

Ilham Aliev referiu ainda que o Azerbaijão voltará às suas terras “de qualquer maneira”.

Pelo lado da Arménia, o primeiro-ministro, Nikol Pachinian, referiu que estava pronto “para o reinício do processo de paz”, tendo em conta as recentes declarações dos Presidentes e ministros dos Negócios Estrangeiros do Grupo Minsk, nome dado aos três estados que atuam como mediadores (Rússia, Estados Unidos da América e França).

Os ministros da Arménia e do Azerbaijão foram convidados a deslocar-se a Moscovo pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com o objetivo de procurar uma solução para o conflito no enclave de Nagorno-Karabakh e estudar um possível cessar-fogo “por razões humanitárias”.

A reunião é presidida pelo chefe da diplomacia russa, Serguei Lavrov, cujo país pediu às partes para declararem um cessar-fogo o mais depressa possível, o que foi recusado pelos dois países, que mantêm confrontos armados que já custaram a vida a pelo menos 53 civis e centenas de soldados.

Na semana passada, Putin e os presidentes dos Estados Unidos, Donald Trump, e da França, Emmanuel Macron, emitiram uma declaração conjunta na qual instavam as partes a suspender com urgência os combates, apelo que foi ignorado.

O conflito no enclave remonta aos tempos da União Soviética, quando no final da década de 1980 o território azerbaijano de Nagorno-Karabakh, povoado principalmente por arménios, solicitou a sua incorporação na vizinha Armênia, deflagrando uma guerra que causou cerca de 25.000 mortes.

No final do conflito, que durou até 1994, as forças arménias assumiram o controle de Nagorno-Karabakh e ocuparam vastos territórios do Azerbaijão, a que chamam “faixa de segurança”.

O Azerbaijão afirma que a solução para o conflito com a Arménia passa necessariamente pela libertação dos territórios ocupados, uma exigência que tem sido apoiada por várias resoluções do Conselho de Segurança da ONU.

Por seu lado, a Arménia apoia o direito à autodeterminação de Nagorno-Karabakh e defende a participação de representantes do território separatista nas negociações para a resolução do conflito.