Através de uma nota publicada no portal da Presidência da República na Internet, o chefe de Estado envia "sentidas condolências" à família de Arnaldo Matos, que morreu hoje de madrugada, aos 79 anos, e enaltece o seu contributo para o debate democrático em Portugal.

Marcelo Rebelo de Sousa descreve-o como uma "personalidade da vida pública portuguesa conhecida pelo desassombro das suas intervenções", que "ficará na memória de todos como um defensor ardente da liberdade e como um lutador pela causa da justiça social e dos mais desfavorecidos".

"Concordando-se ou não com as suas ideias e afirmações, a voz de Arnaldo Matos, pela sua intransigente independência, contribuiu decisivamente para enriquecer o debate democrático e para o pluralismo de opinião no seio da sociedade portuguesa. Por tudo isso, Portugal ficou mais pobre com o seu desaparecimento", considera o Presidente da República.

Arnaldo Matias de Matos nasceu na Madeira, em Santa Cruz, em 24 de fevereiro de 1939.

Foi um dos fundadores do Movimento Reorganizativo do Partido do Proletariado (MRPP), em Lisboa, na clandestinidade, em 18 de setembro de 1970, juntamente com Vidaúl Ferreira, Fernando Rosas e João Machado, que mais tarde se transformou em PCTP (Partido Comunista dos Trabalhadores Portugueses)/MRPP, e do qual foi o seu líder histórico.