“[Foi] uma escolha pragmática num momento que é apenas um primeiro momento de uma fase. Recebemos vacinas ontem [sábado] e vamos receber mais vacinas amanhã [segunda-feira] e vamos receber mais vacinas nas quatro semanas de janeiro. Estimamos que nessas semanas de janeiro passemos das vacinações a profissionais de saúde para as vacinações a estruturas residenciais para idosos”, disse Marta Temido.
A ministra da Saúde, que falava no Porto, onde hoje arrancou plano nacional de vacinação contra a covid-19 com o médico infecciologista António Sarmento, disse que quanto aos lares “o trabalho está avançado”, mas não se comprometeu com datas específicas.
“Em janeiro”, repetiu a governante, quando questionada pelos jornalistas.
Antes, Marta Temido, que tinha acabado de assistir à vacinação do médico infecciologista António Sarmento, que foi o primeiro a ser vacinado no Hospital de São João, no Porto, um momento que ficou marcado por aplausos e alguma emoção, apelou à união de todos e disse que este momento “simboliza a capacidade de trabalhar em conjunto”.
A governante enalteceu o trabalho dos profissionais que, referiu, “estão a garantir que se dá a melhor utilização da vacina”, falando em “esforço intensíssimo”.
“E também a capacidade da União Europeia para alocar meios financeiros e congregar esforços para que se iniciasse a vacinação. A união torna-nos mais fortes. Apelo a que consigamos manter esta capacidade de união, trabalho em conjunto. Temos de perceber que o inverno ainda mal começou. Se conseguimos chegar até aqui é porque conseguimos caminhar juntos e será a melhor forma de sairmos desta pandemia garantindo a melhor de utilizar estas vacinas”, disse a ministra.
Marta Temido reforçou a ideia de que Portugal precisa de perceber que “há uma organização” e garantiu: “Chegará a vez dos grupos prioritários”.
À semelhança de outros países da União Europeia, em Portugal a vacina é facultativa, gratuita e universal, sendo assegurada pelo SNS.
Os profissionais dos centros hospitalares universitários do Porto, Coimbra, Lisboa Norte e Lisboa Central serão os primeiros a ser vacinados.
Questionada sobre se, à semelhança das estruturas residenciais para idosos, se está já programada a vacinação em outros hospitais para além dos centrais que fazem parte da fase de arranque, Marta Temido também não se comprometeu com datas.
“Isso já está programado. Já está programado avançar para os outros hospitais”, disse a ministra.
Quanto ao novo lote de vacinas que está previsto chegar segunda-feira a Portugal, a governante disse que das 70.200 vacinas, 9.750 irão para a Região Autónoma dos Açores e o mesmo número para a Região Autónoma da Madeira.
“E haverá a necessidade de garantir a segunda toma da vacina e depois procederemos à reserva de metade daquilo que é a parte sobrante. Ou seja, feitas estas contas, sobrariam cerca de 40 mil vacinas, vamos manter em reserva metade. Vamos ter para administrar da próxima entrega que acontecerá amanhã [segunda-feira] um pouco mais de 20 mil doses de vacinas. O que tínhamos programado é continuar a vacinação em estruturas de cuidados de saúde”, descreveu.
Por fim, Marta Temido regressou a palavras como “esperança” e “confiança” para que “o processo corra com a normalidade possível”.
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