“Parabéns, amigo”
O comissário europeu para os Assuntos Económicos e Financeiros, Pierre Moscovici, salientou que o ministro das Finanças português, Mário Centeno, assume a presidência do Eurogrupo num momento tão delicado como o que aguardou Dijsselbloem, há cinco anos.
Centeno “substitui Jeroen [Dijsselbloem] num momento em que enfrentamos desafios importantes”, disse Moscovici, lembrando que o líder cessante do fórum dos ministros das Finanças da zona euro também chegou ao lugar num momento-chave.
Concluir o programa de assistência na Grécia é um dos desafios de Centeno, bem como a reforma da União Económica e Monetária, referiu, adiantando que o novo líder do Eurogrupo conta com o seu “forte apoio”.
“Parabéns, amigo”, disse Moscovici, em português.
António Costa diz que eleição de Centeno é o reconhecimento da credibilidade de Portugal
O primeiro-ministro considerou hoje que a eleição de Mário Centeno para presidente do Eurogrupo é o reconhecimento da "credibilidade" internacional de Portugal nos domínios económico-financeiro e demonstra a correção da linha política seguida pelo Governo.
António Costa falava aos jornalistas em Rabat, onde participa na 13.ª Cimeira Luso-Marroquina, depois de ter felicitado pessoalmente o seu ministro das Finanças, Mário Centeno, pela eleição para o cargo de presidente do Eurogrupo ao impor-se na segunda volta da votação realizada em Bruxelas.
"Desde Marrocos envio ao professor Mário Centeno um abraço pessoal de muita estima e consideração. Há três anos que trabalhamos em conjunto. Este é um momento importante para todos os portugueses, porque significa o reconhecimento da credibilidade internacional de Portugal, numa área tão sensível por onde passámos com tantos e tantos sacrifícios", declarou António Costa.
De acordo com o primeiro-ministro, após esse período de pressão externa sobre Portugal, "está hoje definitivamente virada a página".
"Hoje já não discutimos mais défices excessivos, já não discutimos mais sanções. Hoje podemos congratular-nos ao vermos o nosso ministro das Finanças ser eleito presidente do Eurogrupo", defendeu o líder do executivo.
"Não há bela sem se não"
"Não foi à primeira, foi à segunda, o que interessa é que foi", declarou o chefe de Estado aos jornalistas, Marcelo Rebelo de Sousa, à entrada para uma conferência na Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa.
Marcelo Rebelo de Sousa já tinha comentado hoje a eleição de Mário Centeno, antes mesmo da contagem dos votos, face às declarações do atual titular do cargo de presidente do Eurogrupo, Jeroen Dijsselbloem, que deu como certo que o seu substituto seria o ministro português das Finanças.
Em declarações aos jornalistas, a seguir a um almoço num centro social, o Presidente da República afirmou que Portugal vai passar a ter "uma voz mais forte" nas instituições europeias, mas também "um preço de exigência acrescida" em termos financeiros.
Confirmada a eleição de Mário Centeno, o chefe de Estado voltou a falar à comunicação social, declarando: "É um sinal importante e positivo para o país, para ao Governo, para o ministro, e eu penso que também para a Europa. É um momento de alegria para todos os portugueses".
"Agora, passa-se à fase seguinte, que é garantir que não nos esquecemos de contribuir para a Europa, mas também de termos cá em Portugal uma política financeira firme, consequente, sem desvios nem aventuras, porque o ministro das Finanças chega a presidente do Eurogrupo por ser ministro das Finanças de Portugal", acrescentou.
Marcelo Rebelo de Sousa reiterou a ideia de que "não há bela sem se não", defendendo que, neste caso, "belo é o aumento de influência de Portugal na Europa, é belo a Europa ver Portugal com outra consideração muito diferente daquela com que via há dois anos quando tinha dúvidas sobre este Governo e a sua política".
"O senão é uma responsabilidade. Agora que temos a presidência do Eurogrupo, somos ainda mais responsáveis do que éramos anteriormente. Portanto, não pode haver nem descuidos nem aventuras em matéria financeira em Portugal", completou.
"Credibilidade é essencial", diz Durão Barroso
"Todos os que previram o colapso da ‘periferia' da Europa durante a chamada crise da zona euro estavam errados", escreveu hoje José Manuel Durão Barroso na sua conta na rede social Twitter logo após a eleição de Centeno, à segunda volta, para a liderança do fórum informal que reúne os ministros das Finanças da zona euro.
"Esses nunca compreenderam a Europa nem tentaram aprender? Irlanda, Espanha e Portugal mostraram que os programas [de reajustamento financeiro] funcionaram. E a credibilidade é essencial", acrescentou o também ex-primeiro-ministro português.
Também o presidente eleito do Eurogrupo disse hoje que a candidatura portuguesa "foi construída com muita credibilidade, com um enorme esforço que fizemos para ganhar credibilidade e para que Portugal pudesse ter essa credibilidade na Europa".
O antigo líder do executivo comunitário salientou também que a economia europeia precisa de "solidariedade e responsabilidade" e que "a eleição do português Centeno para o Eurogrupo mostra que é com equilíbrio, compromisso e espírito de consenso que a UE deve ser governada".
Candidatos à liderança do PSD consideram eleição de Centeno positiva para Portugal
Os candidatos à liderança do PSD Rui Rio e Pedro Santana Lopes saudaram hoje a eleição de Mário Centeno para a presidência do Eurogrupo, que ambos consideraram ser positiva para Portugal.
“O quadro do Eurogrupo e dos países da moeda única reconhece que Portugal tem feito uma trajetória importante, que engloba aquilo que foi feito pelo anterior governo e também aquilo que tem sido feito por este. É um fator positivo para Portugal e devemos estar todos orgulhosos de isso ter acontecido”, afirmou Rui Rio, em declarações aos jornalistas, à entrada para uma missa evocativa de Francisco Sá Carneiro e Adelino Amaro da Costa, falecidos há 37 anos, na Basílica da Estrela, em Lisboa.
Logo em seguida, Pedro Santana Lopes chegava também ao mesmo local e, questionado sobre a mesma matéria, fez apenas uma breve declaração.
“Com certeza que sentimos satisfação por este dia importante para Portugal, desejo-lhe felicidades, como é natural”, afirmou o antigo primeiro-ministro.
"Possui todas as qualidades necessárias"
O presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, felicitou Mário Centeno pela sua eleição de hoje como presidente do Eurogrupo, afirmando-se convicto de que o ministro português “possui todas as qualidades necessárias para assumir tão importante responsabilidade”.
“Pela minha experiência pessoal sei muito bem que esta é uma posição exigente e plena de desafios. Estou certo de que o ministro Centeno possui todas as qualidades necessárias para assumir tão importante responsabilidade e desejo-lhe os maiores êxitos nas suas novas funções”, escreveu Jean-Claude Juncker na sua conta pessoal do Twitter.
O presidente do executivo comunitário sublinha que Centeno assumirá funções “num momento crucial para o futuro da área do euro e da União Europeia no seu todo”.
“Dez anos após o início da crise, a economia europeia está finalmente em recuperação. A confiança foi restabelecida e chegou a hora de virar a página da crise. O forte crescimento económico concede uma oportunidade para avançar no trabalho necessário para garantir uma União Económica e Monetária mais coesa, mais eficiente, mais forte, mais democrática e que funcione para todos os europeus”, aponta.
“Temos uma agenda ambiciosa pela frente e a Comissão Europeia conta com o ministro Centeno para continuar a cooperar de forma construtiva e frutuosa na sua implementação”, conclui Juncker na sua mensagem de felicitações.
Eleição de Mário Centeno é "grande vitória" para o fórum de ministros
Augusto Santos Silva considerou hoje que a eleição de Mário Centeno como presidente do Eurogrupo é "uma grande vitória" para este fórum de ministros das Finanças, destacando a necessidade de concluir a união económica e monetária.
"É uma grande vitória para Portugal, é uma grande vitória evidentemente para Mário Centeno, mas é sobretudo uma grande vitória para o Eurogrupo, que precisa de formar tão rapidamente quanto possível um consenso, porque todos nós temos de tomar decisões importantes no que diz respeito à conclusão da união económica e monetária", disse Augusto Santos Silva, que falava à entrada da cerimónia de abertura da VII Assembleia Parlamentar da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (AP-CPLP), que decorre hoje e terça-feira no parlamento português.
Esta medida, em que o Governo português tem insistido, destina-se a "tornar a moeda única numa moeda comum, que favoreça também o crescimento da economia europeia e o crescimento do emprego na Europa", disse o ministro dos Negócios Estrangeiros.
"O professor Mário Centeno, pelas suas características, e Portugal, pelo seu posicionamento e pela sua linha política, tem todas as condições para contribuir para a formação desse consenso e é isso que nós todos esperamos", declarou.
Santos Silva fez votos que a nova liderança do Eurogrupo "contribua para que a reforma que é preciso fazer na zona euro se possa fazer, com consenso, compreendendo as posições de todos e encontrando as medidas que podem ser implementadas, de modo a melhorar a convergência no interior da zona euro".
"Reconhecimento da União Europeia"
O ministro do Ambiente afirmou hoje que a eleição de Mário Centeno como presidente do Eurogrupo é o "reconhecimento da União Europeia" de que "era possível fazer diferente" e "uma vitória" do atual Governo.
"Esta vitória é o reconhecimento por toda a União Europeia, nomeadamente a zona euro, de que era mesmo possível fazer diferente, devolver rendimentos às pessoas, pôr a Economia a crescer, mantendo, melhorando aquela que é a qualidade das próprias Finanças Públicas", considerou João Pedro Matos Fernandes, em Braga, à margem do seminário "Os novos desafios da legislação e ação ambiental".
"Esta é também, e perdoem-me a vaidade, uma vitória de todo um Governo que foi mesmo capaz de olhar para o país de forma completamente diferente, não só do anterior Governo mas daquilo que a própria Europa parecia recomendar", salientou o titular da pasta do Ambiente.
Matos Fernandes destacou ainda que Mário Centeno é um "homem de excecionais qualidades profissionais, técnicas, humanas, académicas e por isso ele tem, certamente, muito mérito nesta vitória".
"É de facto um dia muito feliz, um dia muito feliz", finalizou
Um voto "para nos livrarmos da cegueira da austeridade”
O líder do grupo dos Socialistas e Democratas(S&D) no Parlamento Europeu (PE), Gianni Pittella, considerou hoje que a eleição de Mário Centeno para a presidência do Eurogrupo é uma vitória dos que lutaram contra a cegueira da austeridade.
“Esta é uma vitória pelo futuro da Europa e por todos os que lutámos para nos livrarmos da cegueira da austeridade”, disse Pitella, em comunicado.
Centeno “conseguiu aplicar uma política económica credível em Portugal, recuperando as finanças públicas e retomando o caminho do crescimento”, salientou o líder social-democrata.
“Estamos finalmente a ultrapassar a era da austeridade cega e estúpida”, afirmou ainda.
Mário Centeno apresentou-se à eleição como o candidato oficial do Partido Socialista Europeu, do qual o S&D é o ‘braço’ parlamentar.
"Reconhecimento de reformas difíceis" de Portugal
O ministro alemão das Finanças, Peter Altmaier, afirmou hoje que a eleição de Mário Centeno como presidente do Eurogrupo é "o reconhecimento das reformas difíceis e bem-sucedidas" feitas por Portugal.
Aos jornalistas, em Bruxelas, após a eleição, o governante alemão disse que a vitória do ministro português "é também o reconhecimento das reformas difíceis e bem-sucedidas que Portugal implementou para restaurar o Pacto de Estabilidade e Crescimento".
"Boa notícia para Portugal" e "excelente para a Europa"
"É uma boa notícia para Portugal e uma excelente notícia para a Europa porque Mário Centeno é um ministro das Finanças que não cortou salários nem pensões e conseguiu mostrar que era possível uma alternativa política, cumprindo as metas orçamentais", disse João Galamba, porta-voz do Partido Socialista, em declarações nos passos perdidos do parlamento.
Para o deputado socialista, "não é o Eurogrupo que vem para Portugal, é Portugal que vai para o Eurogrupo, com as políticas seguidas por Mário Centeno nos últimos dois anos".
Galamba tinha sido questionado sobre eventuais dificuldades vindas de Bruxelas para com os partidos com os quais o PS tem acordos, como o BE, PCP ou "Os Verdes".
PSD saúda eleição de Centeno e salienta “aumento da responsabilidade” para Portugal
O PSD saudou hoje a eleição de Mário Centeno para a presidência do Eurogrupo, mas alertou que tal significa um “aumento da responsabilidade para Portugal”, salientando que quem preside a esta instituição “é o guardião das regras europeias”.
Portugal está agora ainda mais comprometido com as regras europeias, com a disciplina europeia. O Governo português, que já assumia isso como compromisso de Estado, tem agora um compromisso pessoal, não é possível presidir ao Eurogrupo e depois prevaricar dentro de casa”, afirmou o deputado do PSD Duarte Pacheco, em declarações aos jornalistas na Assembleia da República.
O deputado social-democrata começou por dar uma “palavra de saudação” ao ministro das Finanças português pela eleição de hoje, considerando que, se a presidência do Eurogrupo “não é a mesma coisa que ser presidente da Comissão Europeia ou secretário-geral das Nações Unidas”, é um cargo relevante na construção europeia.
Segundo Duarte Pacheco, é também motivo de satisfação para o PSD que “as políticas de rigor e consolidação orçamental não vacilarão e continuarão no rumo traçado desde 2011”, considerando que foi este caminho que permitiu agora a eleição de “um compatriota” para presidir ao Eurogrupo.
“Quem preside é o guardião das regras europeias e é esse papel também que o dr. Mário Centeno vai assumir”, sublinhou.
UGT diz que eleição de Centeno dá "grande prestígio" a Portugal
A UGT congratulou-se hoje com a eleição do ministro Mário Centeno para a presidência do Eurogrupo, considerando-a um fator de mudança na liderança económica da União Europeia e de "grande prestígio para Portugal".
"Este resultado coloca Portugal numa posição determinante e mais ativa para a construção de consensos entre os estados-membros no sentido de uma convergência económica e social e de uma política de crescimento e criação de emprego. Simultaneamente, dá ao Executivo português uma maior responsabilidade na condução da disciplina orçamental", afirmou a central sindical numa nota de imprensa.
Para a UGT, a eleição de Centeno reveste-se "de um caráter de grande prestígio para Portugal, prestígio esse que advém também da forma como o ministro das Finanças português conduziu o processo de execução orçamental e consolidação das finanças públicas no nosso país".
Eleição de Mário Centeno é reconhecimento do esforço dos portugueses
O presidente do Tribunal de Contas considerou hoje que a eleição do ministro das Finanças português para liderar o Eurogrupo é também o “reconhecimento do esforço” dos portugueses para que a situação económica do país seja atualmente diferente.
“Penso que é, em primeiro lugar, uma vitória pela qual temos que congratular o senhor professor Mário Centeno e Portugal no seu conjunto, porque foi o reconhecimento também pelos seus pares, ministros das Finanças no Eurogrupo, da sua capacidade, da sua competência”, afirmou aos jornalistas Vítor Caldeira, em Ponta Delgada, ilha de São Miguel, Açores.
Vítor Caldeira considerou, por outro lado, que “para o país é o reconhecimento, também, do trabalho e do esforço dos portugueses, feito ao longo destes anos para que a situação” hoje do país e da economia nacional “seja diferente”.
“Naturalmente que é uma responsabilidade e isso, melhor que ninguém, o professor Mário Centeno saberá”, adiantou Vítor Caldeira, que foi presidente do Tribunal de Contas Europeu (TCE) entre 16 de janeiro de 2008 e 30 de setembro de 2016.
Comentários