UGT elogia defesa de "mais emprego" feita por António Costa
O secretário-geral da UGT elogiou hoje a defesa que o líder socialista fez de “mais emprego” e “emprego mais digno”, considerando que António Costa deixou “avisos à navegação” dirigidos aos parceiros sociais no discurso de encerramento do Congresso do PS.
“Gostei, o primeiro-ministro continua a defender emprego, emprego, emprego, emprego digno”, afirmou Carlos Silva, em declarações aos jornalistas à saída do 22.º Congresso Nacional do PS, que terminou hoje na Batalha, no distrito de Leiria.
Destacando o anúncio deixado pelo secretário-geral do PS e primeiro-ministro de que o Orçamento do Estado para 2019 vai ter como prioridade o apoio ao regresso dos portugueses que emigraram no período de crise económico-financeira entre 2010 e 2015, Carlos Silva considerou que aplicação dessa medida poderá “promover o regresso de muitos jovens”.
Por outro lado, continuou, a intervenção de António Costa perante o Congresso socialista foi também “um aviso à navegação”, com “o lançamento de um repto aos parceiros sociais” para dizer “entendam-se, é necessário realmente este acordo”.
“Já fiz o desafio em direto aos quatro empregadores que estavam sentados ao meu lado e, portanto, quarta-feira é muito importante. É muito importante que este desafio do secretário-geral do PS e primeiro-ministro venha para cima da mesa”, adiantou Carlos Silva, referindo-se à reunião da Concertação Social sobre leis laborais que está agendada para dia 30 de maio.
Da parte da UGT, assegurou, o desafio de António Costa será respeitado.
BE reitera que partido está "sempre disponível" para convergir com os socialistas
A dirigente do Bloco de Esquerda Marisa Matias disse hoje que o partido está sempre disponível para convergir com o PS, mas avisou que é uma “equação impossível” tratar melhor os portugueses quando se responde “obsessivamente” às metas de Bruxelas.
“Estamos sempre disponíveis para convergir com o PS naquilo que melhorar a vida dos portugueses, mas obviamente precisamos de investimento e, para termos investimento, para podermos incrementar essas medidas, precisamos de enfrentar muito diretamente aquilo que são as normas e as regras que são impostas por Bruxelas que não nos deixam investir e não nos deixam melhorar a condição de vida das pessoas”, afirmou Marisa Matias.
A também eurodeputada do BE, partido que com PCP e PEV suporta o Governo do PS, falaou aos jornalistas após o discurso de encerramento do congresso dos socialistas do secretário-geral e primeiro-ministro, António Costa.
Marisa Matias assinalou que no congresso e no discurso final de António Costa “é verdade que muitas daquelas que foram conquistas recentes na sociedade portuguesa e que resultaram dos acordos com os partidos à esquerda foram capitalizadas pelo PS como se fossem medidas do PS”.
A este propósito exemplificou com o aumento das pensões, que “não constava do programa do PS” e “foi graças a esses acordos que se conseguiram essas conquistas”.
A dirigente bloquista adiantou que o partido viu “neste congresso e um discurso muito autocentrado, com o acolhimento de muitas conquistas que não são necessariamente integradas no programa eleitoral inicial do PS”, acrescentando que “gostaria de ter ouvido coisas mais concretas”.
“Gostaríamos de ter ouvido, por exemplo, como é que é possível compatibilizar propostas de mais investimento em setores estratégicos da sociedade - e que tão necessários são porque ainda há tanto para fazer na saúde, educação, em tantas áreas fundamentais da sociedade - ao mesmo tempo que se responde às metas obsessivas Bruxelas, porque elas são incompatíveis”, declarou.
Reiterando a disponibilidade do BE para “discutir todas as medidas”, onde se incluem o reforço do Serviço Nacional de Saúde, da escola pública ou o regresso de emigrantes, Marisa Matias insistiu que estas precisam de investimento, mas “a equação mais investimento, tratar melhor os portugueses e os serviços públicos ao mesmo tempo que se responde obsessivamente às metas de Bruxelas é uma equação impossível”.
Por isso, há que “fazer escolhas” e o BE escolhe “as medidas que favorecem a vida dos portugueses”.
Sobre os próximos atos eleitorais, Marisa Matias apenas disse que o Bloco “tentará reforçar a sua posição, o seu papel”, que considera “tem sido positivo” para os portugueses.
CDS ironiza com reino da fantasia e cola Costa a Sócrates
Depois de ouvir o discurso de António Costa no 22.º Congresso Nacional do PS na Batalha, distrito de Leiria, Nuno Melo sublinhou que, no executivo socialista, à exceção de Sócrates, estão lá “os mesmos ministros, os mesmos secretários de Estado, os mesmos assessores que até 2011 arruinaram as contas públicas do país e trouxeram a ‘troika’”.
E também assinalou o facto de “um dos maiores aplausos” do congresso ter sido para Sócrates, o líder que deu a primeira maioria absoluta ao PS, foi primeiro-ministro e é acusado no Processo Marquês.
“Não deixa de ser relevante”, afirmou o dirigente centrista, que também concluiu que, com esta salva de palmas, “mostra que o PS não aprendeu nada com os erros”.
Olhando de fora, Nuno Melo afirmou que teve “uma sensação estranha” de o congresso ter decorrido no pavilhão da fantasia, em Paris, na Eurodisney, e não no pavilhão ExpoSalão, na Batalha.
Esta fantasia e a falta de posições do PS quanto à dívida pública ou quanto à “maior carga fiscal” em Portugal, aconselhou, estará “em julgamento” nas próximas eleições, europeias e legislativas, em 2019.
PCP critica PS e alerta contra maiorias absolutas
O porta-voz das críticas comunistas foi Carlos Gonçalves, da comissão política do PCP, que representou o partido, que tem um acordo parlamentar de apoio ao Governo minoritário socialista, no encerramento 22.º Congresso Nacional do PS, na Batalha, distrito de Leiria.
“Este congresso, no mais fundamental, confirma que o PS permanece amarrado a um conjunto de submissões ao grande capital e à União Europeia, que têm impedido de resolver alguns dos problemas nacionais”, afirmou.
Além do mais, Carlos Gonçalves não acredita que, se o PS estivesse sozinho do Governo desde 2016, tivessem sido conseguidos “avanços, conquistas, recuperação de rendimentos e de direitos” dos últimos dois anos e meio.
“Avanços, conquistas” que “não se devem tanto ao PS, mas muito mais à luta dos trabalhadores e do povo e, seguramente, à intervenção e à proposta do PCP”.
Olhando para o futuro e a afirmações de vários dirigentes socialistas, de que, mesmo com maioria, procuraria um entendimento com os partidos à sua esquerda, Carlos Gonçalves responde com uma pergunta em sentido contrário.
A pergunta é se “o PS, com uma maioria absoluta, estará disponível, de facto e não na propaganda, para discutir com o PCP coisas sérias”, disse.
“O caminho que leve até às últimas consequências os aspetos mais positivos desta governação e que seja capaz de dar uma oportunidade ao desenvolvimento, ao futuro, não passa por uma maioria absoluta do PS”, afirmou.
Exemplos de aspetos negativos dessas cedências ao “grande capital e à União Europeia” são, por exemplo, “manter situações como os juros absurdos da dívida, insuperáveis e impossíveis de satisfazer”.
A “quadratura do círculo”, de manter estas políticas e um entendimento à esquerda, é impossível, estimou o dirigente comunista.
Patrões disponíveis para discutir natalidade, mas pedem políticas públicas
O presidente da CIP - Confederação Empresarial de Portugal assegurou hoje que as empresas estão disponíveis para promover a conciliação da vida familiar com a profissional, mas alertou que também serão necessárias políticas públicas nesse sentido.
“É um desafio que não é novo, que nós já incorporamos há muito tempo em sede de concertação social, (…) nós queremos discutir natalidade há quatro, cinco anos, lamentavelmente não tem é existido disponibilidade da parte dos dois governos com quem já tentámos discutir esta matéria para este ponto”, afirmou António Saraiva, em declarações aos jornalistas à saída do 22.º Congresso do PS, que terminou hoje na Batalha, distrito de Leiria.
No discurso de encerramento da reunião magna dos socialistas, o secretário-geral do PS e primeiro-ministro pediu um acordo de concertação social para a conciliação da vida familiar com a profissional, admitindo, por exemplo, alargar aos avós os direitos de assistência à família que hoje já existem para os pais e mães.
Numa reação à intervenção de António Costa, o presidente da CIP assegurou que as empresas estão disponíveis para o diálogo, “mas fazendo evoluções, não cortes abruptos, evoluindo para a nova sociedade, os novos desafios”.
“Gerar mais e melhor emprego para o crescimento económico, mas com políticas públicas que deem às empresas condições para esse objetivo”, sublinhou, considerando que as políticas públicas têm de ser desenhadas “juntamente com os desafios empresariais”.
Pois, acrescentou, só assim as empresas conseguirão incorporar as “novas realidades que a economia traz”.
‘Os Verdes’ esperam sintonia do discurso de Costa com posições no parlamento
O dirigente do Partido Ecologista “Os Verdes” José Luís Ferreira disse esperar que “haja sintonia” entre o que hoje disse o secretário-geral do PS, António Costa, e as posições dos socialistas na Assembleia da República.
“Vamos esperar agora que haja sintonia entre aquilo que hoje aqui foi dito e depois o dia a dia, nomeadamente a posição do PS na Assembleia da República”, afirmou aos jornalistas José Luís Ferreira.
O também deputado de “Os Verdes” na Assembleia da República comentava o discurso final do secretário-geral do PS no Congresso dos socialistas.
“Quando falamos de mais democracia, veremos se há sintonia quando se discutir a proposta para repor as freguesias extintas pelo anterior Governo, do PSD/CDS; quando falamos de mais justiça social, vamos ver como é que o PS se vai posicionar quando discutirmos a necessidade de valorizar os salários e os aumentos salariais ou a necessidade de investir nos serviços públicos, nomeadamente na saúde e na educação", declarou o dirigente de “Os Verdes” que, com BE e PCP, suportam o Governo socialista no parlamento.
José Luís Ferreira disse ainda esperar sintonia quando o debate for transportes públicos, que "têm um papel importante no que diz respeito ao combate às alterações climáticas e à redução de gases com efeito de estufa”.
Classificando o discurso de António Costa “interessante”, o deputado ecologista destacou igualmente o facto de ter sido “reconhecida a importância da devolução de rendimentos aos portugueses”, como também o facto de o PS se comprometer “com mais justiça social, com mais democracia, mas também empenhado no combate às alterações climáticas”.
“Vamos esperar que haja uma perfeita sintonia entre as posições que o PS assume na Assembleia da República e hoje, aquilo que foi aqui dito na intervenção de encerramento do secretário-geral do PS”, reafirmou.
Secretário-geral e primeiro-ministro “não estão a bater certo com propostas do Governo", diz CGTP
“O secretário-geral e o primeiro-ministro neste momento não estão a bater certo com as propostas do Governo”, afirmou Arménio Carlos aos jornalistas, na Batalha, distrito de Leiria, ao comentar o discurso de encerramento Congresso do PS.
Para Arménio Carlos, o que António Costa disse em relação aos salários e ao emprego “o que confirma é que a proposta que está na Concertação Social tem de ser profundamente reformulada, porque aquilo que o senhor secretário-geral do PS disse hoje aqui não coincide com aquilo que está a ser apresentado na Concertação Social”.
“O conjunto de propostas que hoje foram apresentadas pelo secretário-geral do PS vão ao encontro daquilo que a CGTP defende, nomeadamente a melhoria de todos os salários, uma mais justa distribuição da riqueza e a questão da importância e da estabilidade do emprego para fixar os nossos jovens, criar melhores condições também para que eles possam programar a sua vida”, adiantou.
Para o secretário-geral da CGTP, “isso está correto”, mas o que “não está correto são as propostas que foram apresentadas na Concertação Social que são, precisamente, a antítese daquilo que hoje aqui dito”.
“O senhor primeiro-ministro e o senhor secretário-geral do PS o que têm de fazer é pôr o Governo a remodelar rapidamente as propostas que apresentou na Concertação para aquilo que hoje aqui disse se concretizar no futuro e para não estar a dizer hoje aqui uma coisa e o Governo a apresentar outra na Concertação”, acrescentou.
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