Para Rui Nunes, “esta é a única forma de garantir um debate sério, profundo e rigoroso em áreas tão complexas do ponto de vista técnico e tão densas na perspetiva ética”.

No entender do professor catedrático da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto, “é fulcral que os partidos debatam publicamente a proposta de realização de um referendo nacional sobre a prática da eutanásia”.

“Os partidos candidatos às legislativas de outubro têm a obrigação de submeter as suas propostas e ideias ao escrutínio dos portugueses em ato eleitoral, ao invés do que sucedeu na atual legislatura”, afirma Rui Nunes, referindo-se às várias propostas sobre eutanásia que nesta legislatura foram votadas no parlamento.

Segundo o especialista, “dada a forma como o tema da eutanásia foi debatido neste ciclo legislativo, com propostas avulsas discutidas e votadas na Assembleia da República, os portugueses não tiveram qualquer possibilidade de se pronunciar” sobre o assunto.

“Nem sequer se contribuiu para que fossem devidamente esclarecidos sobre o que está em jogo com uma medida desta natureza”, afirma Rui Nunes.

Para o presidente da Associação Portuguesa de Bioética, “mesmo entre os deputados da Nação o tema é polémico e gerador de divisões”.

“Sinal disso mesmo é o facto de as propostas para a legalização da Eutanásia terem sido chumbadas na Assembleia da República por margens muito curtas”, sublinhou.

O presidente da Associação Portuguesa de Bioética foi nomeado em abril passado para a equipa de conselheiros do Papa Francisco nas áreas da dignidade humana face aos desafios da ciência e da tecnologia.

Rui Nunes foi nomeado membro da Pontificia Accademia Pro Vita (Academia Pontifícia para a Vida), que tem por missão aconselhar o Papa Francisco no que diz respeito aos valores da vida e do respeito pela dignidade humana, nomeadamente face aos desafios da ciência e da tecnologia.

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