“Este Conselho Diretivo do INEM não reúne já as condições mínimas necessárias para se manter em funções, estranhando-se que perante tantos “casos” ainda não tenham apresentado o seu pedido de demissão nem o facto da tutela nada fazer nesse sentido, o que nos leva a considerar que o Ministério da saúde está conivente com estas atitudes”, afirma a ANBAPC, em comunicado.
Em causa está, segundo argumenta a ANBAPC, “as recentes notícias vindas a público, já confirmadas por dirigentes do INEM (Instituto Nacional de Emergência Médica), de que foram administradas várias dezenas de vacinas a funcionários não prioritários do instituto e também a trabalhadores de uma pastelaria no Porto.
“Apesar de todos os elogios que o INEM faz aos parceiros, nomeadamente os Bombeiros e a Cruz Vermelha Portuguesa, não se lembrou de os convocar para a administração das vacinas em excesso, sendo que são estes quem garante mais de 85% da emergência médica pré-hospitalar em Portugal, optando por dar esses ‘excedentes’ aos amigos”, criticam.
Segundo noticiou este sábado o Correio da Manhã, a delegação regional do Norte do INEM incluiu os proprietários e funcionários de uma pastelaria do Porto no grupo de profissionais que foi vacinado na primeira fase do plano de vacinação.
Na sequência desta polémica, o responsável pela delegação do Norte do INEM apresentou a demissão.
Já na quinta-feira, uma denúncia da Associação Nacional de Emergência e Proteção Civil (APROSOC) de que o instituto teria incluído na vacinação contra a covid-19 profissionais não prioritários fez com que o INEM viesse negar “todas e quaisquer acusações de favorecimento pessoal” no seu processo de vacinação.
Outra situação criticada pela ANBAPC é a existência de filas de espera em alguns hospitais que, segundo a associação, “compromete seriamente a situação clínica dos doentes e se deve à “continuidade da má orientação dos Centros de Orientação de Doentes Urgentes (CODU)”.
“Uma situação que não se resolve, de resto, como podemos verificar com a criação de “tendas de pré-triagem”, mas sim, e, em nosso entender, com centros de triagem ao nível dos conselhos, naturalmente com a devida supervisão médica”, defendem.
Perante este cenário, a ANBAPC considera que a gestão do INEM (Instituto Nacional de Emergência Médica)”se encontra esgotada e carece de uma reforma e reestruturação profunda”.
A Lusa tentou contactar fonte do INEM para obter uma reação a este pedido da ANBAPC, mas tal não foi possível.
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