Desde a sua implementação em 2016, o projeto VACALOURA.pt tem sido desenvolvido com base no voluntariado científico, desafiando a população a registar dados sobre o avistamento de vacas-louras numa plataforma digital, na internet.

No entanto, para dar o próximo passo na conservação das vacas-louras em Portugal, os responsáveis pelo projeto dizem que são necessários alguns fundos que permitam efetuar novos estudos sobre a espécie, nomeadamente sobre ameaças, como as alterações climáticas, que a afetarão no nosso país a longo prazo.

“Temos de fazer estudos de genética e temos que fazer mais deslocações para confirmar a presença das espécies”, disse à Lusa Milene Matos, presidente da Bioliving, adiantando que cada vez é mais difícil assegurar isso com verbas próprias.

Nesse sentido, explicou a bióloga, a Bioliving decidiu lançar na semana passada uma campanha de ‘crowdfunding' (disponível em https://ppl.com.pt/prj/vacalourap), através da qual procuram angariar 7.500 euros.

Além da realização dos estudos genéticos, o dinheiro irá servir para reforçar a componente educativa do projeto, melhorar as plataformas de registos de avistamentos e confirmar locais onde a vaca-loura possa ocorrer no nosso país.

Milene Matos conta que este valor permita a manutenção do projeto durante pelo menos mais dois anos, começando já em 2019 os estudos genéticos da espécie e as expedições científicas/educativas.

Os responsáveis pelo projeto esperam que as melhorias nas plataformas estejam prontas ainda antes das vacas-louras voltarem a voar (maio 2019) e que todo o material didático/científico esteja pronto na mesma altura.

Desde 2016, foram registados 1.387 avistamentos de vacas-louras e outros escaravelhos de espécies similares em todo o país, de acordo com a plataforma digital disponível em www.vacaloura.pt.

O projeto VACALOURA.pt conta ainda com a participação da Unidade de Vida Selvagem do Departamento de Biologia da Universidade de Aveiro, da Sociedade Portuguesa de Entomologia e do Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas.

De acordo com o VACALOURA.PT, esta é “uma espécie protegida”, estando classificada como “quase ameaçada” pela União Internacional para a Conservação da Natureza.

“Esta espécie depende de árvores antigas, principalmente espécies de folha caduca, como o carvalho-alvarinho ou o castanheiro”, acrescenta.