“Foi transmitida às entidades competentes informação precisa para apuramento dos factos alegados”, referiu a instituição em comunicado, sem esclarecer quando é que a informação foi transmitida e quais as autoridades em causa.

A Lusa tentou contactar hoje o CEPAC e a sua diretora executiva, Ana Mansoa, mas ainda não foi possível obter mais esclarecimentos.

O caso foi revelado na terça-feira pela Rádio Renascença, que falou com Ana Mansoa “a propósito da perceção de organizações católicas em relação ao aumento do discurso de ódio”.

“Na conversa telefónica que se teve de boa-fé, foi referido como exemplo, de memória, o caso em questão, conforme artigo e declarações gravadas que vieram, parcialmente, a público”, lê-se no comunicado de hoje.

O CEPAC acrescentou que não vai fazer mais declarações sobre este caso, que o Ministério da Educação, Ciência e Inovação (MECI) já assumiu desconhecer.

“Estamos totalmente disponíveis para colaborar, mas consideramos que a exposição nos meios de comunicação social apenas prejudicará o bem-estar da criança”, resumiu.

Já hoje, o ministro Fernando Alexandre reiterou desconhecer o caso da alegada agressão a uma criança nepalesa numa escola do concelho da Amadora e salientou que todos os casos de violência devem ser denunciados às autoridades.

“Quando a notícia foi veiculada, o Ministério procurou saber. Os serviços foram junto das escolas e, de facto, com os contornos que foram descritos na comunicação social nós não temos a identificação do caso”, afirmou.

A Rádio Renascença noticiou na terça-feira que um menino nepalês de 9 anos foi “vítima de linchamento” numa escola de Lisboa, com Ana Mansoa a considerar que “as motivações dos outros menores foram xenófobas e racistas”.

Na resposta às questões da Lusa e de outros órgãos de comunicação social sobre este caso, o MECI revelou na quarta-feira que o CEPAC tinha “inicialmente recusado colaborar” e que apenas “após insistência” conseguiu apurar a escola onde terão ocorrido as agressões.

“Contactada a escola em causa, na Amadora, a Direção informou que os únicos alunos de nacionalidade nepalesa a frequentar o agrupamento estão no ensino secundário. Informou ainda desconhecer por completo o alegado episódio ou qualquer situação semelhante, não tendo inclusive recebido qualquer participação sobre um ato idêntico. Não existe, por isso, qualquer ocorrência disciplinar registada”, acrescentou o Ministério.